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“Temos medo de ser assassinados”, disse Solorio, de 55 anos, ao cumprimentar moradores de uma das periferias pobres de Acapulco, ponto fraco do chamativo polo turístico, onde as ruas cheiram a lixo e a poças de água estagnada. Ele é protegido por 15 membros da Guarda Nacional após autoridades federais constatarem riscos significativos à sua segurança.
Mais candidatos políticos — seis — foram mortos no Estado de Guerrero, onde fica Acapulco, do que em qualquer outro Estado do México.
De setembro a maio, em todo o México, 34 candidatos ou aspirantes a candidatos foram assassinados. Analistas de segurança dizem que as execuções estão ligadas principalmente aos cartéis de drogas, que tentam influenciar as eleições locais.
A Reuters conversou com mais de uma dúzia de candidatos e chefes de partidos para entender o impacto da violência nas eleições locais e os temores enfrentados por muitos aspirantes a políticos.
Solorio, que concorre a prefeito de Acapulco pelo Partido Encontro Social, está particularmente preocupado porque fez da segurança uma questão central de sua campanha. Vestindo-se frequentemente como um lutador mexicano com uma máscara azul de “lucha libre”, ele se autodenominou “El Brother”, enquanto bate de porta em porta prometendo ser duro contra o crime e a corrupção.
“A coexistência entre o governo e o crime é uma realidade”, alegou Solorio, prometendo limpar o governo local e restaurar a lei e a ordem.
A violência ligada ao crime organizado no México não apenas ameaça a segurança dos cidadãos, mas também se estende ao âmbito político, colocando em risco a vida de candidatos e aspirantes a cargos públicos. Em Acapulco, uma cidade conhecida por suas praias e turismo, a realidade das periferias pobres é bem diferente da imagem idílica vendida aos visitantes.
Solorio, candidato a prefeito de Acapulco pelo Partido Encontro Social, expressou claramente seu temor ao afirmar: “Temos medo de ser assassinados”. A presença de 15 membros da Guarda Nacional ao seu redor é um reflexo dos riscos à sua integridade física, evidenciando a gravidade da situação.
Não é apenas em Acapulco que a violência política se faz presente. No Estado de Guerrero, onde a cidade está localizada, seis candidatos políticos já foram mortos, tornando a região ainda mais perigosa para aqueles que buscam ocupar cargos públicos. O cenário se estende por todo o país, com 34 candidatos ou aspirantes a candidatos assassinados de setembro a maio.
A relação entre os cartéis de drogas e as eleições locais é evidente, com os criminosos buscando influenciar o resultado do pleito por meio do medo e da violência. Candidatos como Solorio enfrentam um dilema constante entre a necessidade de promover a segurança e a luta contra o crime, enquanto tentam sobreviver em um ambiente político hostil.
Diante desse cenário sombrio, a sociedade mexicana clama por soluções efetivas para combater a violência e garantir a integridade dos candidatos e eleitores. A promessa de Solorio de restaurar a lei e a ordem localmente reflete o anseio por mudanças concretas em meio à turbulência política que assola o país.