Candidatos derrotados nas urnas buscam novos caminhos para manterem-se relevantes na política

Após saírem derrotados nas últimas eleições, candidatos com experiência política, projeção nas redes sociais e altos índices de votação em pleitos anteriores têm buscado caminhos alternativos para se manterem relevantes na discussão política nacional. Muitos deles investiram em outras áreas fora da área legislativa, como é o caso dos ex-deputados federais Joice Hasselmann (PSDB-SP) e Alexandre Frota (PSDB-SP).

Jornalista e ex-parlamentar, Joice Hasselmann continua ativa nas discussões políticas via redes sociais, comentando sobre as decisões dos governos federal e estadual de São Paulo, onde possui sua base eleitoral. Além disso, a ex-deputada compartilha publicamente o seu processo de emagrecimento e montou um protocolo de dieta para comercializar, após perder mais de 20 quilos com uma nova rotina alimentar e exercícios físicos.

Porém, o caso de Joice Hasselmann é marcado pela ruptura com o bolsonarismo, que foi sua base durante a eleição em que recebeu mais de 1 milhão de votos. Após expor críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e romper a relação com o mesmo, ela obteve apenas 13 mil votos na última eleição em 2022.

Já o ex-deputado Alexandre Frota tem mantido uma rotina de aparições em podcasts e recentemente se envolveu no caso do helicóptero que desapareceu na véspera do réveillon, comparecendo ao velório das vítimas e participando das buscas pela aeronave.

No cenário das eleições em São Paulo, nomes tradicionais também enfrentaram dificuldades. Janaína Paschoal (PRTB-SP), eleita como a deputada mais votada da história do país em 2018, concorreu ao Senado em 2022 mas não obteve sucesso, ficando com 447 mil votos. Mesmo assim, a advogada se manteve nos holofotes ao participar de programas de debate político na televisão, mesmo após ser demitida da CNN Brasil em 2021.

Assim como Joice e Frota, Janaína Paschoal também se descolou do bolsonarismo nos últimos anos, defendendo pautas do presidente mas não a figura dele em si. No entanto, perdeu a eleição para o candidato apoiado pela coligação de Bolsonaro, Astronauta Marcos Pontes (PL-SP).

Além desses candidatos, também houve nomes tradicionais da política, como o senador José Serra (PSDB), que não conseguiram se eleger. Serra ficou em 80º lugar no número total de votos para deputado federal por São Paulo, tendo sido escolhido por 88.926 eleitores. O desgaste do partido no estado e a falta de palanque do governador Rodrigo Garcia (PSDB), candidato à reeleição, explicam a derrota.

O ex-governador mantém uma rotina discreta, participando das discussões internas do PSDB e escrevendo quinzenalmente na seção Espaço Aberto, do Estadão.