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Greve dos funcionários públicos em todo o país
No dia 24, os funcionários públicos param em todo o país. Você também poderia parar, Adorni, mas de dizer bobagens”, retrucou o secretário-geral da ATE Nacional (Associação de Trabalhadores do Estado), Rodolfo Aguiar. A maioria dos sindicalistas acredita que, quanto maior o grau de ameaças, mais a greve se fortalece e mais adesões recebe. “O que vão fazer com o que vão descontar? Porque será muito dinheiro, a adesão será total. Vão entregar ao FMI, depositar na conta da [construtora] Techint ou pagarão ao Hotel Libertador?”, ironizou Aguiar, referindo-se ao hotel de luxo onde são realizadas reuniões com o empresariado.
O líder do sindicato de Canillitas, Omar Plaini, afirmou que “grande parte do povo estará mobilizada” e alertou o governo de Javier Milei que “seus próprios eleitores irão para as ruas” para impedir “os abusos” das políticas implementadas desde 10 de dezembro.
Outras categorias apoiam a greve
Mais de 1,5 mil personalidades assinaram um documento público no qual rejeitam as medidas do governo e as definem como um “plano destrutivo”, além de convocar para a greve da CGT. Entre os principais signatários, estão os governadores Axel Kicillof e Ricardo Quintela, o deputado Máximo Kirchner, líderes sindicais, juízes, atores, cantores e o Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel.
“O Decreto 70/2023 é ilegal e ilegítimo, atenta contra os trabalhadores do setor privado, os trabalhadores do setor público, os consumidores e usuários, os inquilinos, os esportistas, os industriais, os comerciantes, trabalhadores e trabalhadoras da cultura, além de colocar em grave risco a soberania nacional e a preservação do ambiente”, afirma o documento.
Sobre o plano antipiquetes do Ministério da Segurança, o chamam de “um protocolo autoritário de restrição da liberdade de reunião, associação e manifestação”.
O documento também adverte que as medidas “foram elaboradas por ex-funcionários da frustrada administração macrista (2015-2019) e do governo fracassado de Fernando De La Rúa (1999-2001), que, assim como vários outros representantes do atual governo, direta ou indiretamente, já participaram de outras experiências de governo que foram contra os interesses populares”.