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Golpes de Estado: uma tendência atual
Golpes de Estado estão mudando e não dependem mais apenas da ação militar e da deposição de presidentes. Atualmente, vemos exemplos de países que testemunharam a corrosão de suas instituições por líderes populares que não respeitam as regras da democracia.
Na África, a tendência dos últimos cinco anos mostra um aumento nos golpes de estado. A maioria desses golpes ocorreu na região conhecida como Sahel, marcada pelos impactos da pobreza extrema.
O primeiro golpe militar em 2023 ocorreu no Níger, quando o coronel Amadou Abdramane anunciou a tomada de poder pela televisão estatal do país. O golpe estava relacionado à crise social enfrentada pelo país devido à presença de grupos jihadistas na região.
Diferentemente de líderes de outras nações vizinhas, o então presidente do Níger, Mohamed Bazoum, vinha promovendo acordos de paz e negociações com grupos armados, o que era visto com desconfiança pela população. Desde o golpe, Bazoum e sua família estão em prisão domiciliar sem acesso a água e eletricidade.
Em agosto, o Gabão também foi palco de um golpe de Estado, retirando do poder uma família que havia governado o país nos últimos 56 anos. O grupo militar responsável pelo golpe alegou que estava colocando um fim no regime que afundou a nação em uma grave crise institucional, política, econômica e social.
Esses eventos apontam para a desilusão de parte da população com os regimes democráticos. Em algumas situações, a população chegou a comemorar a deposição de presidentes democraticamente eleitos. Especialistas alertam que a democracia não é garantia de melhoria econômica imediata, o que pode causar desilusões e instabilidades políticas.
Além desses eventos, outras movimentações na África indicam a possibilidade de mais instabilidades políticas em 2024. O líder da Guiné-Bissau dissolveu o Parlamento do país após uma tentativa de golpe frustrada, aumentando a incerteza política na região.