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STF mantém resolução do TSE para combater desinformação nas eleições de 2022 em decisão tomada por maioria.







STF mantém resolução do TSE contra desinformação eleitoral

STF mantém resolução do TSE contra desinformação eleitoral

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta sexta-feira (15) para manter a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que ampliou os poderes da corte para agir contra a desinformação sobre as eleições. A medida foi aprovada a dez dias do segundo turno das eleições de 2022 e havia sido questionada pelo então procurador-geral da República, Augusto Aras.

O julgamento ocorre no plenário virtual, com votos dos ministros por escrito inseridos em um sistema eletrônico do tribunal. A sessão se encerra na segunda-feira (18), podendo haver pedido de vista, destaque para levar o caso ao plenário físico e os ministros também podem mudar seus votos.

Até as 22h desta sexta (15), não haviam votado os ministros André Mendonça, Gilmar Mendes, Kassio Nunes Marques e Luiz Fux.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, havia feito um pedido liminar para que o STF determinasse a suspensão imediata dos efeitos das normas questionadas, o que já havia sido negado por Fachin em outubro do ano passado e referendado pela maioria dos ministros. Agora os ministros analisam o mérito da ação.

Em fevereiro deste ano, Aras reiterou os argumentos apresentados inicialmente e pediu que o STF declarasse inconstitucionais quase todos os itens da resolução, alegando censura prévia vedada pelo texto constitucional.

No julgamento do mérito, Fachin afirma que os fundamentos que serviram para negar a liminar se mantêm. O relator citou ainda, como contexto, o aumento de denúncias sobre desinformação no pleito de 2022 comparado a 2020.

Fachin defende que o direito à liberdade de expressão “pode ceder” quando ela for usada “para erodir a confiança e a legitimidade da lisura político-eleitoral”. Ressaltou ainda em sua decisão que a norma não abrange a mídia tradicional, mas a disseminação de informações falsas “através de mídias virtuais e internet”.

O atual presidente do TSE, o ministro Alexandre de Moraes, em seu voto escrito, disse acompanhar integralmente o voto do relator. Segundo Moraes, “a propagação generalizada de impressões falseadas de natureza grave e antidemocrática, que objetivam hackear a opinião pública, malferem o direito fundamental a informações verdadeiras e induzem o eleitor a erro”.

Na análise da decisão liminar, em outubro do ano passado, seguiram o voto de Fachin os ministros Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Alexandre de Moraes, Luiz Fux e Rosa Weber. Ficaram vencidos o ministro Kassio Nunes Marques e, parcialmente, o ministro André Mendonça, que divergiram.


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