Redução de homicídios acima de 30% em 12 unidades da federação entre 2016 e 2021, aponta novo Atlas da Violência.

O Atlas da Violência não analisa apenas as taxas de homicídio, mas também outras formas de violência contra grupos específicos, como mulheres, crianças, idosos, LGBTQIAP+, negros e indígenas. A publicação, que é divulgada anualmente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), é baseada em dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, além de informações demográficas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e levantamentos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Os números mais recentes revelam que o Brasil registrou 47.847 homicídios em 2021, resultando em uma taxa de 22,4 mortes por 100 mil habitantes, uma redução em relação a 2020, mas ainda acima do índice observado em 2019. Após anos de crescimento ininterrupto, a tendência mudou a partir de 2017, com uma queda acentuada em 2018 e 2019, mas um novo aumento em 2020 e uma diminuição em 2021. A tendência à diminuição das taxas de homicídio foi observada em quase todas as regiões do país, exceto na região Norte.
Além das informações sobre homicídios, o Atlas da Violência também destaca a violência contra crianças e adolescentes, a violência contra idosos, e a violência contra a comunidade LGBTQI+. As conclusões apontam para uma redução no número de homicídios, mas também levantam preocupações com o uso letal da força pelas polícias no Brasil, indicando que alguns eventos trazem indícios de execução. Em 2022, por exemplo, houve 6.429 mortes por intervenção policial, representando 13,5% do total das mortes violentas intencionais no país.
O Atlas da Violência também enfatiza a importância de políticas públicas destinadas a grupos específicos, como mulheres, crianças, idosos e a comunidade LGBTQI+. A publicação destaca a necessidade de um maior compromisso das instituições estatais com o diagnóstico da situação e a implementação de políticas públicas destinadas a essas populações.
Em suma, o Atlas da Violência aponta para uma redução nos homicídios no Brasil, mas também destaca a persistência de outros tipos de violência, além de apontar desafios e necessidades em relação ao desenvolvimento e implementação de políticas públicas destinadas a combater essa realidade. A publicação oferece uma visão abrangente da violência no país e destaca a importância de uma abordagem integrada e contínua para lidar com esse problema complexo e multifacetado.