
O assassinato do cacique Lucas na Bahia choca a população local
Na última semana, um triste acontecimento abalou os municípios de Pau Brasil e Itaju do Colônia, na Bahia. O cacique Lucas foi brutalmente assassinado com 15 tiros, em um crime chocante que revelou a violência presente na região. Os disparos foram efetuados por Amatiry Fernandes Santos, que estava na garupa da moto pilotada por Emerson Farias Fernandes, conhecido como “Minho”. Ambos são apontados como membros da facção criminosa Raio A, que vem causando terror na região.
De acordo com o depoimento de Coalhada, membro do mesmo grupo criminoso, o cacique Lucas vinha sendo alvo de ameaças por parte da facção, que tinha como objetivo eliminar o líder indígena. Chau, outro integrante da Raio A, teria instigado a violência ao disseminar falsas informações sobre Lucas, acusando-o de colaborar com a polícia.
A promotora Cintia Portela Lopes enfatizou que a insatisfação dos traficantes da terra indígena Caramuru-Paraguaçu já vinha crescendo, principalmente após a permissão dada pelo conselho de caciques para a atuação das forças policiais na região. Isso gerou um clima de tensão e resultou em ameaças contra as lideranças locais, como o cacique Lucas.
Lucas, que desempenhava diversos papéis importantes na comunidade, denunciava constantemente as atividades do crime organizado na região. Ele era coordenador regional do Mupoiba, agente de saúde e conselheiro do Copiba, além de presidir o partido Rede Sustentabilidade a nível municipal. Sua morte deixa um vazio na luta pelos direitos dos povos indígenas na Bahia.
Autorização para o crime
Para realizar o assassinato de Lucas, os criminosos precisaram da autorização de “Binho Possidônio”, líder da facção Raio A, que estava detido em Itabuna. A consulta a Possidônio evidencia a organização e a brutalidade desse grupo criminoso, que não hesitou em tirar a vida de um importante líder comunitário.