Gestores públicos apresentam experiências na utilização da linguagem simples em seminário na Câmara dos Deputados

17/10/2024 – 19:39

No último dia 17 de outubro de 2024, a Câmara dos Deputados sediou um seminário dedicado à utilização de linguagem simples em órgãos públicos. Gestores de diversos setores compartilharam experiências e projetos inovadores nesse campo. Um dos destaques do evento foi a apresentação da diretora de difusão da Transformação Digital do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Loyane Tavares.

Loyane explicou que o Executivo lançou o Laboratório de Qualidade dos Serviços Públicos, com o propósito de facilitar a interação dos cidadãos com os serviços governamentais online. A iniciativa envolve o mapeamento da experiência do usuário na página do Governo Federal, por meio de pesquisas, entrevistas e acompanhamento das ações dos cidadãos durante a busca por serviços. Os técnicos do laboratório elaboram relatórios com sugestões de melhorias, incluindo a adaptação para uma linguagem mais acessível.

Além disso, Loyane destacou o potencial da inteligência artificial para simplificar a comunicação com o público, propondo sugestões de substituição para termos técnicos complexos. Segundo a especialista, esse processo visa tornar as informações governamentais mais compreensíveis para todos os cidadãos.

O Tribunal de Contas da União também está explorando o uso da inteligência artificial para tornar seus relatórios de auditoria mais acessíveis. A auditora Carolina Pfeilsticker compartilhou os resultados positivos obtidos com a aplicação do ChatGPT para traduzir relatórios com critérios de linguagem simples.

Essas iniciativas, embora promissoras, requerem a definição de parâmetros claros e critérios de avaliação, conforme ressaltou Carolina. O caminho para ampliar a linguagem simples no setor público envolve testes, experimentação e validação por especialistas e público-alvo.

Além do Executivo e do TCU, o Judiciário também se compromete com a linguagem simples. Daine Lira, representante do Conselho Nacional de Justiça, destacou a implementação do Pacto Nacional do Judiciário pela Linguagem Simples. Tribunais em diferentes estados já adotaram ações nesse sentido, como a tradução de decisões judiciais em linguagem acessível para o público.

Daiane também mencionou a publicação de cartilhas e materiais informativos em linguagem simples por diversos órgãos judiciais, visando promover a compreensão e o acesso aos direitos por parte dos cidadãos. O compromisso com a linguagem simples demonstra a busca constante por uma comunicação mais transparente e inclusiva no serviço público.

Reportagem – Maria Neves
Edição – Ana Chalub