Mulher que recebeu rim infectado com HIV no Rio de Janeiro fala sobre falta de acompanhamento
Recentemente, uma mulher que recebeu um rim infectado com o vírus HIV no Rio de Janeiro concedeu uma entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, para expor a falta de acompanhamento clínico e psicológico que tem enfrentado desde a descoberta do caso. Ela é uma das seis pacientes que foram transplantados pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro com órgãos contaminados, resultando em um diagnóstico positivo para o HIV posteriormente.
A entrevistada, que optou por não se identificar, afirmou que a sua consulta marcada para 29 de outubro só foi adiantada após a repercussão do caso na imprensa. Após receber a notícia em 3 de outubro, ela buscou confirmação em um posto de saúde e não tem recebido suporte do governo desde então, mesmo com a consulta antecipada.
O Laboratório Patologia Clínica Doutor Saleme, envolvido no caso, está sendo investigado pela Polícia Federal, Polícia Civil, Conselho Regional de Medicina do RJ e Ministério Público. Já foram identificadas 39 irregularidades na clínica, incluindo falta de licença para operar, armazenamento inadequado de material e falta de limpeza em equipamentos.
O contrato do laboratório com o estado, no valor de R$11 milhões e assinado em dezembro de 2023, foi encerrado no início de outubro. Além disso, o Ministério da Saúde determinou que a testagem de doadores de órgãos no Rio de Janeiro seja realizada exclusivamente pelo Hemorio e solicitou a retestagem dos materiais para identificar possíveis novos casos.
A situação levanta questionamentos sobre os processos de seleção e controle de qualidade dos laboratórios contratados para realizar exames em órgãos destinados a transplantes, especialmente em um cenário onde vidas estão em jogo. É fundamental que as autoridades competentes atuem de maneira eficaz para garantir a segurança e a saúde dos pacientes envolvidos.