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Arminio Fraga propõe modelo híbrido entre setores público e privado para o SUS em cenário de subfinanciamento e crescentes demandas.

O Desafio da Saúde no Brasil: Reflexões de Arminio Fraga

O renomado economista Arminio Fraga, filho e neto de médicos, tem se dedicado a um estudo detalhado sobre os setores público e privado de saúde no Brasil. Aos 67 anos, ele traz sua expertise para debater soluções para um cenário de subfinanciamento e demandas crescentes na área da saúde.

Para Fraga, é essencial repensar o modelo do Sistema Único de Saúde (SUS) no país. Inspirado no sistema público britânico, o SUS enfrenta desafios que podem ser superados com experiências de outros modelos europeus. Em países como Espanha e França, a gestão privada dos serviços de saúde é comum, com um sistema de seguro universal para todos os cidadãos.

O economista destaca que no Brasil, o financiamento da saúde pública representa cerca de 4% do PIB, atendendo 75% da população, enquanto 6% são destinados à saúde privada, que cobre os 25% restantes. Fraga acredita que os setores público e privado precisam estabelecer diálogos e unir esforços para enfrentar desafios em comum, podendo até mesmo adotar uma governança única.

Em relação ao subfinanciamento do SUS, Fraga aponta que simplesmente adotar políticas de austeridade fiscal não resolve o problema. Ele destaca a necessidade de um ajuste de prioridades e eficiência na gestão dos recursos, citando casos de estados como Minas Gerais e Espírito Santo, que conseguiram economizar gastos e reinvestir na saúde com sucesso.

Outro ponto abordado por Fraga é a regionalização da saúde, vista como um caminho para tornar o SUS mais eficiente. No entanto, ele ressalta que questões políticas, como a pulverização das emendas parlamentares, podem dificultar avanços nesse sentido. A necessidade de uma governança única entre os setores público e privado é levantada como uma possível solução, embora Fraga reconheça os desafios envolvidos nesse processo.

Fraga também discute a importância de um plano básico de saúde, que priorize o atendimento essencial a todos os cidadãos, buscando equilibrar os gastos e evitar a judicialização excessiva na área da saúde. Ele ressalta a importância da transparência e do conhecimento por parte dos consumidores na contratação de planos de saúde, refletindo sobre as mudanças no mercado privado e a tendência de verticalização na prestação de serviços.

Diante dos desafios enfrentados pelo sistema de saúde no Brasil, Arminio Fraga destaca a necessidade de repensar modelos e adotar práticas mais eficientes e integradas, buscando sempre garantir o acesso e a qualidade dos serviços para toda a população.

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