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O Ministério Público pede condenação de políticos por corrupção
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) solicitou, no último dia 4, a condenação da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), e de três ex-deputados distritais por corrupção passiva em um esquema de negociação de propina no Legislativo da capital da República. Essa denúncia envolve também o deputado federal Júlio César Ribeiro (Republicanos-DF), o secretário de Turismo do DF, Cristiano Araújo, e Renato Andrade dos Santos, atual administrador de Taguatinga.
Esses políticos estavam envolvidos na Mesa Diretora da CLDF, que foi alvo da Operação Drácon em 2016. Essa operação investigou um suposto esquema que desviou R$ 30 milhões de sobras orçamentárias para empresas que prestavam serviços para a Secretaria de Saúde do Distrito Federal em troca de propinas. Celina era presidente do Legislativo local na época.
O MP solicitou a condenação dos acusados por corrupção passiva, com penas agravadas por serem funcionários públicos. Além disso, foi sugerido o ressarcimento de R$ 3.050.355,37 ao erário. A Operação Drácon resultou no afastamento dos políticos da Mesa Diretora da CLDF pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
Celina Leão, que se tornou vice-governadora em 2022 na chapa do governador Ibaneis Rocha, enfrenta a possibilidade de não poder concorrer a cargos públicos se for condenada por corrupção, de acordo com a Lei da Ficha Limpa. Essa situação pode afetar seus planos de suceder Ibaneis na disputa pelo governo do DF em 2026, em uma frente ampla da direita que incluiria o PP, o Republicanos e o PL.
Júlio César Ribeiro, por outro lado, está em seu segundo mandato como deputado federal, enquanto Renato Andrade e Cristiano Araújo ocupam cargos estratégicos no governo de Ibaneis. Ainda não há data definida para o julgamento dos políticos envolvidos no escândalo conhecido como “UTIgates”.