DestaqueUOL

Disparidade no acesso ao ensino superior: alunos de escola particular têm quase o dobro de ingressantes em comparação com os da rede pública.

Alunos de Escolas Particulares Acessam Ensino Superior Mais do que da Rede Pública, Aponta Levantamento do MEC

Um levantamento realizado pelo Ministério da Educação revelou dados preocupantes sobre o acesso ao ensino superior no Brasil. De acordo com o Censo do Ensino Superior, divulgado recentemente, os alunos que concluíram o ensino médio em escolas particulares têm uma taxa de ingresso quase duas vezes maior do que aqueles que estudaram na rede pública.

O levantamento apontou que 59% dos jovens que terminaram o ensino médio em escolas privadas em 2022 ingressaram em uma graduação no ano seguinte, enquanto apenas 21% dos alunos egressos de redes estaduais seguiram o mesmo caminho.

Esses dados evidenciam as desigualdades presentes no sistema educacional brasileiro. Dos mais de 2 milhões de estudantes que concluíram o ensino médio em 2022, a grande maioria, 85%, estava matriculada em escolas estaduais.

O diretor de estatísticas do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Carlos Eduardo Moreno, destacou a importância desses números como reflexo dos problemas estruturais do sistema educacional do país. Além disso, o levantamento destacou que os alunos da rede federal de ensino também têm mais facilidade para acessar o ensino superior, com 58% deles ingressando em uma graduação imediatamente após o ensino médio, apesar de representarem uma pequena parcela das matrículas.

Um dos aspectos ressaltados pelo levantamento foi a disparidade racial no acesso ao ensino superior. Enquanto 37% dos jovens brancos ingressaram em uma graduação após o ensino médio, os números caem para 20% entre os pardos, 17% entre os pretos e apenas 12% entre os indígenas.

Além das desigualdades socioeconômicas e raciais, o baixo índice de alunos que se inscreveram para o Enem em 2023 revela um desânimo por parte dos jovens em continuar os estudos. A implementação do novo modelo de ensino médio em alguns estados pode ter contribuído para essa desmotivação, especialmente entre os alunos da rede pública.

Diante desses dados alarmantes, especialistas apontam a necessidade de políticas educacionais que garantam a qualidade do ensino e incentivem os jovens a buscar oportunidades no ensino superior, independentemente da sua origem ou cor de pele. A educação deve ser um instrumento de transformação social e inclusão, e cabe ao poder público e à sociedade como um todo trabalharem juntos para garantir um futuro mais promissor para todos os estudantes brasileiros.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo