Governo busca fechar acordo de R$ 100 bilhões para reparação de danos em Mariana, envolvendo mineradoras Samarco, Vale e BHP
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O ministro de Minas e Energia, Alexandre da Silveira, destacou que a proposta apresentada pelo governo supera as expectativas iniciais, que previam apenas R$ 49 bilhões em dinheiro novo. Com a adição das obrigações assumidas pelas empresas e os gastos já realizados, o acordo totalizaria incríveis R$ 167 bilhões, o maior do mundo nesse sentido.
O episódio da tragédia de Mariana envolveu o rompimento de uma barragem da Samarco, ocasionando a morte de dezenove pessoas e causando danos ambientais significativos na região. Desde então, diversas ações reparatórias foram acordadas entre as empresas responsáveis, governos e entidades envolvidas, visando mitigar os impactos causados.
Entretanto, após mais de oito anos do desastre, ainda há questões pendentes e uma série de processos judiciais aguardando resolução. As negociações para repactuar o acordo têm se arrastado nos últimos três anos, sem um consenso definitivo até o momento.
Recentemente, o ex-presidente Lula anunciou a previsão de um acordo para outubro, mas o ministro Alexandre da Silveira ressaltou que ainda há questões técnicas e jurídicas a serem discutidas, assim como prazos e formas de pagamento a serem definidos. Ademais, ele descartou a possibilidade de seguir o mesmo modelo adotado para a reparação da tragédia de Brumadinho, ocorrida em 2019.
Com a eleição de um novo presidente para a Vale, empresa envolvida no caso de Mariana, o governo brasileiro demonstra otimismo em relação a um desfecho positivo nas negociações. No entanto, entidades representativas dos atingidos têm acompanhado de forma crítica as tratativas realizadas sob sigilo, questionando a suficiência dos R$ 100 bilhões propostos para uma reparação integral.
Com desfechos ainda incertos, o Brasil se prepara para um acordo milionário que promete trazer justiça e reparação para uma das maiores tragédias ambientais do país.