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Novo corregedor nacional de Justiça enfrenta desafio da morosidade processual em sua gestão, arquivando mais de 40 representações em duas semanas.

Novo Corregedor Nacional de Justiça prioriza enfrentamento da morosidade processual

O ministro Mauro Campbell assumiu a Corregedoria Nacional de Justiça com o desafio de promover uma política voltada para o combate ao volumoso número de processos em tramitação. Em entrevista à revista “Justiça & Cidadania”, intitulada “Muito além do controle disciplinar”, Campbell destacou sua preocupação com a eficiência do sistema judiciário.

Nas primeiras semanas de sua gestão, Campbell arquivou mais de quarenta representações no CNJ contra magistrados acusados de excesso injustificado de prazo para a prática de atos jurisdicionais. Essas ações visam detectar e evitar a morosidade no Judiciário, um problema recorrente que compromete a celeridade da Justiça.

O corregedor fundamentou suas decisões, apontando os motivos para o arquivamento dos processos. Alguns casos foram encaminhados às corregedorias dos tribunais aos quais os magistrados estão vinculados, responsáveis pela supervisão de seus trabalhos e das varas de primeira instância.

Dentre as decisões tomadas por Campbell, destacam-se casos em que os reclamantes foram convocados a indicar eventual desídia por parte dos magistrados, sob pena de arquivamento sumário. O corregedor também se posicionou de forma incisiva diante de petições consideradas improcedentes, mantendo a integridade de suas decisões.

Uma das representações em destaque acusa um magistrado trabalhista de afastar testemunhas e coagir denunciantes, sendo o caso encaminhado à Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho. O advogado Airton Florentino de Barros, ex-promotor de Justiça, critica a postura de corregedorias que priorizam a questão dos prazos em detrimento do julgamento do mérito das demandas.

Estilos na balança

O modo de atuação do novo corregedor na seara disciplinar gera grande expectativa. Diferentemente do seu antecessor, Campbell é identificado com um perfil menos inquisitório e mantém boas relações com Salomão, seu antecessor. A gestão de Campbell deve seguir um caminho distinto das administrações anteriores, visando um maior equilíbrio na avaliação das condutas dos magistrados.

O advogado Antônio Carlos Almeida Castro (Kakay) elogiou a postura de Campbell, ressaltando suas qualidades de honestidade, independência e coragem. Nas últimas decisões disciplinares, o novo corregedor manteve posicionamentos anteriores e escolheu juízes auxiliares para auxiliá-lo em suas atividades.

No discurso de posse, Campbell enfatizou a importância da preservação ambiental e dos direitos dos povos originários, demonstrando uma visão abrangente e comprometida com questões sociais. Sua gestão conta com o apoio de juízas especialistas em questões indígenas e quilombolas, reforçando seu compromisso com a pluralidade e a diversidade.

Portanto, o novo Corregedor Nacional de Justiça enfrenta desafios complexos, mas sua postura equilibrada e comprometida sugere um novo horizonte para a Corregedoria, alinhado com os anseios de uma Justiça mais eficiente e acessível a todos.

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