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A escolha do mês de novembro e do dia da semana para as eleições nos EUA
No século 19, os Estados Unidos passavam por uma fase agrária, e a maioria dos eleitores eram fazendeiros. Por isso, o Congresso decidiu escolher o mês de novembro para as eleições, pois era um período antes do inverno rigoroso, permitindo que os eleitores se deslocassem com mais segurança durante o processo eleitoral.
Além disso, o calendário semanal também foi levado em consideração. Como os eleitores precisavam viajar longas distâncias para votar, o domingo, dia reservado para atividades religiosas, não era uma opção viável. Por isso, as viagens começavam na segunda-feira para que os eleitores chegassem ao local de votação na terça-feira, votassem e retornassem na quarta-feira, respeitando assim a vida rural e os compromissos locais.
Essa tradição dos EUA se tornou um diferencial em relação a outros países, que adaptaram suas eleições para fins de semana, visando facilitar a participação popular. Na França e Alemanha, por exemplo, o calendário eleitoral é planejado de forma a maximizar o comparecimento dos eleitores. No entanto, nos EUA, propostas para mover o dia da eleição para um feriado ou final de semana têm encontrado resistência no Congresso.
O modelo eleitoral americano enfrenta críticas por dificultar o acesso ao voto de trabalhadores, especialmente em estados onde a terça-feira não é feriado. Muitos críticos consideram a tradição de 180 anos desatualizada em uma sociedade urbana e com rotinas modernas, onde conciliar trabalho e votação em um único dia é um desafio.
No Brasil
No Brasil, as eleições para o Executivo e Legislativo federal e estadual acontecem no primeiro domingo de outubro. Essa determinação foi estabelecida pela Emenda Constitucional n.º 16, de 4 de junho de 1997, que também prevê o último domingo de outubro como data para um eventual segundo turno.