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Em meio ao embate ministerial, mercado e Congresso cobram soluções estruturais para ajuste fiscal após eleições municipais polemizadas

Análise do Conflito entre Ministros sobre Ajuste Fiscal

Ninguém duvida das intenções do ministro, nem do governo, que vem sinalizando com um pacote de medidas de ajuste fiscal após as eleições municipais. O problema está no diagnóstico de qual é o ajuste necessário para as contas públicas nacionais. Desde antes da gestão Lula 3, está instalada em Brasília uma queda de braço entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Enquanto Haddad tenta implementar o arcabouço fiscal e conter a despesa crescendo abaixo da receita, para garantir um ambiente saudável para o Banco Central reduzir os juros, Costa acredita que gasto é investimento, que gera crescimento, e que basta disposição do BC para cortar a Selic.

O resultado desse embate é que o governo, ao longo dos meses, apresentou alternativas que focaram apenas no aumento de arrecadação e das quais o mercado e o Congresso cansaram, porque simplesmente não resolvem o problema. E investidores cansados começam a cobrar. O dólar já bateu em R$ 5,77.

Com o câmbio nesse patamar, o país parece ter chegado numa espécie de inflexão econômica e política. Se Lula não se convencer de que são necessárias medidas estruturais, que coloquem as contas numa tendência de ajuste, não adianta nenhum ministro vociferar. O dólar vai subir, a inflação vai crescer, o PIB pode desacelerar, e uma economia mais frágil aumenta as chances da oposição em 2026, que saiu fortalecida das urnas nas eleições municipais.

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