
As sentenças contra José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil do governo Lula, foram baseadas em delações e provas contundentes. Em 2016, ele foi condenado a 23 anos e três meses de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As evidências apontaram o recebimento de propinas no valor de R$ 15 milhões em contratos da empreiteira Engevix com a Petrobras.
O ministro Gilmar Mendes optou por não analisar as provas apresentadas no processo. Ele argumentou que todo o caso foi uma preparação para a posterior condenação de Lula, também anulada pelo Supremo Tribunal Federal. De acordo com Mendes, a condenação de Dirceu foi parte de um plano para incriminar o ex-presidente.
A divulgação dos diálogos controversos entre o ex-juiz Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato pela Vaza Jato levantou questionamentos sobre a conduta da operação. A transferência de Moro para o Ministério da Justiça do governo Bolsonaro intensificou a necessidade de rever os eventos. Contudo, as recentes decisões do Supremo Tribunal Federal geraram controvérsias.
Ao cancelar delações e revisar multas sem reavaliar os benefícios concedidos aos delatores e o valor a ser ressarcido aos cofres públicos, o STF gerou críticas. A anulação em massa de sentenças também levantou questionamentos sobre a impunidade dos envolvidos nos casos de corrupção.
Com essas decisões, o Supremo transformou o escândalo do “petrolão” em um tipo peculiar de assalto, dando a entender que o esquema de corrupção surgiu de maneira inexplicável e sem responsáveis claros.