Pataxó da TI Comexatiba em luta contra especulação imobiliária e violência: “Nossa terra, nossa cultura, nossa sobrevivência”

Segundo os Pataxó, a situação é facilitada por uma decisão controversa do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que destinou parte das terras reivindicadas pelos indígenas para um assentamento. Além disso, o processo de demarcação da área não avançou desde 2015, o que tem contribuído para a crescente pressão sobre o território tradicional desses povos.
Em carta divulgada recentemente, os Pataxó denunciaram a transformação dos lotes em condomínios fechados, em desacordo com a função social dos Projetos de Reforma Agrária. O protesto pacífico realizado próximo à Escola Estadual Indígena Kijetxawê Zabelê demonstra a resistência dos indígenas diante da violência e das tentativas de usurpação de suas terras.
Durante o protesto, os Pataxó foram surpreendidos por máquinas destruindo a vegetação local, além de encontrar uma carvoaria e um depósito de entulhos pertencentes aos invasores. De acordo com lideranças locais, fazendeiros se uniram para confrontar os indígenas, com o apoio do vereador Brênio Pires, suspeito de integrar um movimento de ruralistas conhecido como Invasão Zero, que utiliza métodos violentos para expulsar indígenas de suas terras.
A situação na Terra Indígena Comexatiba é considerada uma das mais críticas do Brasil, com diversos casos de assassinatos de líderes indígenas nos últimos anos. A comunidade Pataxó tem contado com o apoio de organizações indígenas e da Funai para resistir às pressões e defender seu território ancestral.
A luta dos Pataxó não é apenas pela sobrevivência, mas também pela preservação de sua cultura e pela proteção do meio ambiente. A falta de avanços na demarcação e a conivência com a especulação imobiliária representam desafios significativos para esses indígenas, que continuam resistindo em defesa de seus direitos e de sua história.