DestaqueUOL

Julgamento do ex-PM Ronnie Lessa por assassinato de Marielle Franco revela contradições em sua delação premiada.

Julgamento de Ronnie Lessa pelo assassinato de Marielle Franco

O ex-policial militar Ronnie Lessa enfrenta um julgamento crucial no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro nesta quarta-feira (30). Ele é acusado do homicídio da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, e mesmo após assinar uma delação premiada, mistérios sobre seu passado ainda pairam no ar.

Segundo a Polícia Federal, Lessa foi identificado como um assassino de aluguel e alega que Marielle foi a única pessoa que ele matou por dinheiro. Essa contradição entre as declarações do delator e a investigação policial tem sido tema de outra ação penal que envolve os supostos mandantes do crime, como Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa.

Lessa, que está preso no Complexo Penitenciário de Tremembé (SP), acompanhará o julgamento de lá. O acordo de delação prevê que ele cumprirá pena em regime fechado até março de 2037, com o juízo de execução penal sendo responsável por reunir as penas dos 12 processos aos quais ele responde.

O ex-policial Élcio Queiroz, também colaborador da Justiça, admitiu ter dirigido o carro utilizado na execução do assassinato de Marielle. Ele estará presente na sessão do júri no Centro de Inclusão e Reabilitação em Brasília, mas os detalhes de seu acordo ainda não foram revelados publicamente.

Os dois confessaram ter seguido o carro em que estavam Marielle, Anderson e Fernanda Chaves, e que Lessa foi o responsável pelos disparos fatais que vitimaram a vereadora e o motorista. A ex-assessora conseguiu sobreviver. A prisão da dupla ocorreu um ano após o crime.

Lessa decidiu colaborar com as autoridades após a cooperação de Queiroz nas investigações. Ele revelou detalhes sobre o suposto mandante do crime, envolvendo os irmãos Brazão. O ex-PM confessou não apenas o assassinato de Marielle, mas também de outros crimes, embora insista que nunca agiu como matador de aluguel.

Os relatos de Lessa indicam que o crime contra Marielle foi motivado por interesses financeiros ligados a práticas de grilagem de terras na zona oeste do Rio de Janeiro. A história do ex-policial como “notório sicário carioca” rendeu diversas polêmicas e questionamentos, incluindo a acusação de corrupção na Polícia Civil.

O julgamento de Ronnie Lessa promete ser um dos mais impactantes da história recente do Rio de Janeiro, revelando detalhes surpreendentes sobre o assassinato de Marielle Franco e desvendando os mistérios que ainda cercam esse crime chocante.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo