
Os casos envolvendo os políticos Tarcísio e Nunes estão em destaque, com a repercussão sobre declarações que poderiam influenciar diretamente nas eleições. No entanto, as semelhanças entre essas situações param por aí. De acordo com ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e especialistas consultados, as chances de Tarcísio ser punido são consideradas pequenas, enquanto Nunes poderia correr mais riscos, já que teria sido beneficiado diretamente pela declaração do governador.
A ação segue em primeira instância, sob a responsabilidade do juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo. Geralmente, a primeira instância é vista como mais técnica e menos suscetível a pressões políticas, pois a decisão do juiz não teria validade imediata, podendo ainda ser alterada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo.
No TRE, a tendência não seria a cassação do registro de candidatura do prefeito reeleito, considerando que os juízes provavelmente não interfeririam na escolha dos eleitores, que é recente. Além disso, é improvável que haja intervenção nos direitos políticos do governador do Estado, que saiu fortalecido da disputa eleitoral e é cotado como um dos possíveis candidatos à Presidência em 2026.
Uma eventual condenação confirmada em segunda instância poderia resultar na inelegibilidade de Tarcísio e Nunes, que teriam a chance de recorrer ao TSE para tentar reverter a situação. Já no caso de Marçal, a tendência da Justiça Eleitoral seria contrária, devido a derrota no primeiro turno e a outros casos que poderiam levar à inelegibilidade do coach.
Assim, mesmo que Marçal seja absolvido em relação à desinformação contra Boulos, existem outros aspectos que representam riscos ao futuro político do influencer, incluindo seu histórico pregresso.