Brasil insiste em interlocução com Venezuela mesmo após atritos diplomáticos pós-eleição de Maduro, diz embaixador Amorim

Em declaração à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, Amorim ressaltou a necessidade de manter essa interlocução, apesar da diminuição do nível de comunicação desde a eleição. Ele mencionou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não conversa pessoalmente com Maduro desde antes do pleito, devido à falta de sinais de abertura para um diálogo franco.
O embaixador destacou que existe atualmente um “mal-estar” entre os governos brasileiro e venezuelano, especialmente por conta da não apresentação dos dados eleitorais por mesa de votação prometidos por Maduro. No entanto, ele expressou esperança de que essa tensão seja superada para o benefício mútuo dos dois países.
Amorim salientou a importância do Brasil manter sua influência no processo de democratização da Venezuela, evitando a ingerência de outros países ou blocos, como os Estados Unidos. Ele ressaltou a necessidade de um esforço contínuo de diálogo e negociação para garantir a estabilidade do país vizinho.
O assessor especial da Presidência também comentou sobre as eleições regionais e parlamentares previstas para os próximos anos na Venezuela, destacando que representam tanto um risco quanto uma oportunidade. Ele enfatizou que é fundamental para o Brasil não se desqualificar como interlocutor e continuar buscando uma relação construtiva com o governo venezuelano.
Em meio a esse contexto de tensões e desafios diplomáticos, é fundamental para o Brasil manter-se engajado e ativo na relação com a Venezuela, buscando sempre promover o diálogo e a estabilidade na região. A postura de interlocução defendida por Celso Amorim aponta para a importância de manter canais abertos de comunicação, mesmo em momentos de divergências e desentendimentos.