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Decisão da Justiça Peruana sobre Líderes do Sendero Luminoso
Na última semana, a Justiça peruana tomou uma decisão em relação aos membros da “cúpula terrorista” do Sendero Luminoso, que já estavam detidos, alguns há mais de três anos, sob as leis locais antiterrorismo. Esses indivíduos, incluindo os líderes Elena Yparraguirre (viúva de Abimael Guzmán), Florindo Flores e Osmán Morote, já cumprem uma pena de prisão perpétua e outra de 35 anos, o que levou o tribunal a declarar a “impossibilidade de impor uma segunda prisão perpétua”.
Os advogados que fazem parte do Movadef foram os responsáveis por defender o líder e fundador da guerrilha, Abimael Guzmán, que faleceu na prisão aos 86 anos em 2021. Durante as últimas duas décadas, esses advogados estiveram envolvidos com o Movadef, e a promotoria alegou no julgamento que eles “contribuíram para a criação, operação e financiamento das atividades do movimento”.
Segundo as autoridades peruanas, além dos advogados, o Movadef reúne estudantes, professores, trabalhadores e familiares dos condenados por terrorismo. A polícia antiterrorista estima que o Movadef conta com aproximadamente 2.500 integrantes, sendo 70% deles estudantes.
Essa decisão da Justiça peruana levanta questões sobre a eficácia das leis antiterrorismo do país e sobre o papel dos advogados na defesa de indivíduos ligados a grupos terroristas. A repercussão desse veredicto certamente será discutida nos próximos dias, à medida que a sociedade peruana reflete sobre o legado do Sendero Luminoso e suas ramificações na atualidade.