Geórgia decide entre Europa e Rússia nas eleições legislativas deste sábado

No dia 26 de outubro, a Geórgia, país invadido pela Rússia nas últimas décadas e com territórios autônomos ocupados por tropas do vizinho, está nas urnas para decidir seu futuro. As eleições legislativas são marcadas pelo embate entre os defensores de uma maior aproximação com a União Europeia e aqueles que flertam com Moscou em busca de uma guinada autoritária.

O partido dominante no Parlamento, Sonho Georgiano, que até então era favorável à adesão à UE, tem se aproximado de Moscou, levantando preocupações sobre o rumo do país. A Geórgia, uma ex-república soviética localizada no meio do Cáucaso, é estratégica para o comércio e energia entre Europa e Ásia, sendo palco de disputas geopolíticas.

As regiões autônomas da Abkházia e Ossétia do Sul, que entraram em conflito em 2008, também desempenham um papel importante nesse cenário. A presidente Salome Zurabishvili tem buscado fortalecer os laços com a União Europeia, mas enfrenta resistência do partido majoritário Sonho Georgiano, que se mostra favorável a Moscou.

A influência russa na política georgiana tem sido marcada por estratégias de soft power, como investimentos e promessas de melhorias econômicas. No entanto, a postura autoritária do partido no poder, liderado por Bidzina Ivanishvili, levanta preocupações sobre o futuro democrático do país.

Com a população dividida entre a adesão à UE e a influência russa, as eleições na Geórgia são um reflexo das tensões geopolíticas na região. Enquanto o governo atual busca integrar-se à União Europeia, a oposição favorece uma reaproximação com Moscou, o que gera incertezas sobre o rumo do país.

União Europeia e Estados Unidos manifestam preocupação com possíveis irregularidades nas eleições, como compra de votos e intimidações. O resultado das eleições na Geórgia terá impacto não apenas no país, mas também na geopolítica da região, influenciando as relações entre a Europa e a Rússia.