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Operações policiais na região metropolitana do Rio de Janeiro têm eficiência de apenas 1,4% nos últimos anos, revela estudo.

A região metropolitana fluminense tem sido palco de operações policiais com baixa eficiência nos últimos anos, de acordo com um estudo realizado pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni), da Universidade Federal Fluminense (UFF). Analisando mais de 22 mil ações policiais, os pesquisadores constataram que apenas 1,4% delas foram consideradas eficientes, enquanto menos de 16% foram consideradas razoavelmente positivas.

O levantamento utilizou três critérios para avaliação das operações policiais: a presença de prisões ou vítimas, a apreensão de armas e drogas ou recuperação de bens, e as motivações por trás das ações. As operações mais bem avaliadas foram aquelas que resultaram em prisões e apreensões, sem mortos ou feridos, motivadas por cumprimento de mandatos judiciais ou demandas urgentes da população.

As notas atribuídas às operações variam de -12 a +15, sendo consideradas eficientes aquelas com notas 14 ou 15, razoavelmente eficientes aquelas entre 11 e 13,5, pouco eficientes entre 7 e 10,5, e ineficientes entre 1 e 6,5. Operações com nota 0,5 ou menos são classificadas como desastrosas, sendo que 8,9% das operações analisadas se enquadram nessa categoria.

A falta de controle e de um sistema que promova a eficiência das ações policiais tem sido destacada como um problema pela pesquisa. O pesquisador Daniel Hirata aponta para a disfuncionalidade da segurança pública no Rio de Janeiro, ressaltando a rotinização das operações policiais como único recurso de intervenção.

Recentemente, uma operação policial no complexo de favelas de Israel, na zona norte da cidade, resultou em seis civis baleados, três dos quais faleceram. A operação, que tinha como objetivo reprimir roubos de veículos e cargas na região, causou transtornos nas redes de saúde e educação, no trânsito na Avenida Brasil e no transporte público.

Diante desse cenário, o governo do Rio de Janeiro decidiu reforçar o policiamento na Avenida Brasil e nas principais vias de acesso, visando manter a segurança dos cidadãos que trafegam e residem na região. A medida foi tomada após uma reunião entre o governador Cláudio Castro e a cúpula da segurança pública.

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