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A Polícia Federal revelou que o deputado Gustavo Gayer liderava uma associação criminosa voltada para desviar verbas públicas em diversas frentes. Verbas da cota parlamentar do deputado foram utilizadas para alugar um imóvel em Goiânia, onde funcionavam uma loja de roupas e uma escola de inglês. Vale ressaltar que a cota parlamentar deve ser utilizada exclusivamente para atividades relacionadas à atuação política do parlamentar, e não para fins privados.
No celular de João Paulo, a PF encontrou uma mensagem enviada para Marco Aurélio Alves Nascimento, secretário parlamentar de Gayer. No texto, há um longo desabafo no qual ele menciona que alertou o deputado sobre a possibilidade de problemas ao usar verbas públicas na escola de inglês. Evidenciando um possível desvio de conduta, ele relata situações incoerentes e preocupantes em relação ao uso indevido de recursos públicos.
“E eu fico preocupado porque já falei pro Gustavo, um dia eu chamei atenção sobre a questão da escola lá, por exemplo, a escola de inglês num é mais escola de inglês, mas fica tendo aula sabe… Descobri que tá tendo aula na terça e na quinta presencial, entendeu? Ou seja, a escola tá sendo paga com recurso público e tá sendo usada pra um fim totalmente que tipo num existe né, num tem como ser assim e ai eles vão levando, ou seja, ainda não entenderam a gravidade sabe… Moço, pra esse povo já ter alguém ali na porta fiscalizando… filmando… Vai ser igual o caso daquela mulher do popular né na assembleia… Senhora, senhora, senhora, num tem jeito vei o povo vai pra cima mesmo… O Gustavo [Gayer] hoje ele é uma vidraça, ele é um alvo e, se for pra cima, moço, infelizmente, a gente tá tipo errando né nesse sentido, a gente tá pregando uma coisa e tá vivendo outra, infelizmente a gente tem muitas coisas erradas acontecendo aí.”
Mensagem de João Paulo Sousa, contratado pelo gabinete de Gayer, a um secretário parlamentar do deputado
Os indícios colhidos pela Polícia Federal apontam que Gustavo Gayer teria utilizado recursos públicos para atividades privadas, através do emprego de seus secretários parlamentares para demandas pessoais, além de financiar parcialmente essas atividades privadas com verbas públicas.
Trecho da decisão do ministro Alexandre de Moraes que autorizou a operação
Posicionamento de Gustavo Gayer
Gayer negou as acusações da PF, afirmando que se tratam de motivações eleitoreiras. Em um vídeo compartilhado em sua conta no Instagram, o deputado lamenta a ação da Polícia Federal, ocorrida dois dias antes das eleições em Goiânia, afirmando que se trata de uma tentativa de prejudicar seu candidato, Fred Rodrigues (PL).