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Brasil veta Venezuela no Brics e governo venezuelano considera ato uma agressão; critérios e princípios são defendidos pelo Itamaraty.

O governo da Venezuela expressou sua indignação após o Brasil vetar o ingresso do país no bloco do Brics, considerando o ato como uma agressão. Segundo o Itamaraty, o grupo apenas estabeleceu critérios e princípios para novas adesões, e a Venezuela não se enquadrou nesses requisitos. A decisão foi tomada durante uma reunião em Kazan, na Rússia, onde a Rússia foi encarregada de convidar 13 países para se tornarem membros associados do Brics, incluindo Cuba, Bolívia, Nigéria, Turquia, Malásia e Indonésia.

O governo venezuelano emitiu uma nota condenando a postura brasileira e acusando a diplomacia de Jair Bolsonaro de prejudicar a “Revolução Bolivariana” iniciada por Hugo Chávez. Maduro, presidente da Venezuela, manifestou interesse em integrar o Brics e se reuniu com o presidente russo, Vladmir Putin, durante a 16ª cúpula do grupo. Putin, por sua vez, respeitou a posição do Brasil em relação à Venezuela, mesmo discordando.

O Itamaraty explicou que a inclusão de novos membros no Brics depende do consenso dos países membros plenos, e defendeu a definição de critérios que orientam a escolha dos novos integrantes. Entre esses critérios estão a defesa da reforma da ONU, a oposição a sanções econômicas unilaterais e a manutenção de relações amigáveis com todos os membros.

A decisão de vetar a Venezuela do Brics foi considerada coerente pela coordenadora do grupo de pesquisa sobre Brics da PUC do Rio de Janeiro, Maria Elena Rodríguez, devido às tensões atuais entre os dois países. O Brasil recentemente expulsou a embaixadora da Nicarágua, após desentendimentos relacionados a atritos entre os governos.

Portanto, a exclusão da Venezuela do Brics reflete as relações diplomáticas tensas entre o país e o Brasil, bem como a necessidade de estabelecer critérios claros para novas adesões ao bloco.

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