Vladimir Putin oferece ao Brasil mais um mandato à frente do banco dos Brics, mantendo Dilma Rousseff na presidência por mais cinco anos.
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Putin explicou que a Rússia propôs estender a presidência do Brasil e de Dilma Rousseff porque o Brasil preside o G20 este ano, e no próximo ano passará a liderar as atividades do Brics. O presidente russo justificou a proposta considerando o momento de conflito vivido pelo seu país em relação à Ucrânia. Segundo ele, ter uma liderança russa à frente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) poderia gerar problemas na condução da instituição financeira.
Durante uma coletiva de imprensa, Putin destacou a importância de separar os problemas regionais da Rússia das responsabilidades internacionais, afirmando que a Rússia lidará com seus próprios desafios. A Agência Brasil tentou obter um posicionamento da assessoria de Dilma Rousseff sobre a proposta de continuação no cargo, porém não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.
O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) atualmente financia cerca de 100 projetos no valor de aproximadamente US$ 33 bilhões. A instituição desempenha um papel fundamental na estratégia de ampliar os investimentos nos países do bloco e do Sul Global. Durante a cúpula dos Brics deste ano, Dilma Rousseff defendeu a expansão do grupo e a utilização de moedas locais para o financiamento dos países membros.
A ex-presidente brasileira assumiu a presidência do banco em março de 2023, sucedendo Marcos Troyjo. A indicação para a presidência do NDB é feita por meio de um rodízio entre os países membros, e segundo as regras do banco, a próxima presidência deveria ser da Rússia. Dessa forma, a proposta de Putin representa uma quebra nesse padrão estabelecido.