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Peritos criminais brasileiros aguardam novas orientações para examinar maconha após decisão do STF sobre quantidade permitida.

Peritos criminais brasileiros estão aguardando novas orientações para o seu trabalho, especialmente quando se trata do exame de pequenas quantidades de maconha apreendida pela polícia. Esse cenário surge após o Supremo Tribunal Federal (STF) definir que possuir até 40 gramas de cannabis sativa ou seis plantas-fêmeas não é mais considerado crime. Essa decisão tem gerado debates e desafios para a categoria, que agora precisa se adaptar a essa nova realidade.

O perito criminal Marcos Secco, presidente da Associação Brasileira de Criminalística, destaca a necessidade de estabelecer novos procedimentos para evidenciar claramente a situação decorrente da decisão do STF. Ele ressalta que os laboratórios e técnicos terão que se preparar para uma nova rotina, inclusive em relação à pesagem das substâncias apreendidas em balanças certificadas.

Além disso, a decisão do STF determina que os usuários flagrados com maconha sejam levados à delegacia, mas não sejam presos. O delegado apenas deve registrar o fato como infração administrativa e liberar a pessoa, que posteriormente terá que comparecer em juízo para prestar esclarecimentos e possivelmente receber penalidades não relacionadas a prisão.

Outro ponto importante abordado pela decisão do STF é a criação de programas educativos sobre os riscos do consumo de drogas e a disponibilização de tratamento de saúde para dependentes. Essas iniciativas devem envolver diversos órgãos governamentais, com destaque para a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos.

No entanto, ainda existem lacunas e divergências em relação aos efeitos dessa decisão. Enquanto alguns especialistas acreditam que a resolução do STF pode ter um impacto limitado e manter a percepção de que casos de apreensão de drogas são automaticamente tráfico, outros defendem que a decisão representa um avanço importante ao reconhecer as injustiças cometidas pelo Judiciário e pela polícia.

Diante desse cenário, é fundamental que os peritos criminais e demais órgãos envolvidos se adaptem e estabeleçam novas diretrizes para lidar com essa mudança na legislação, garantindo a aplicação correta da lei e o respeito aos direitos dos cidadãos usuários de substâncias ilícitas.

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