
Reunião do BRICS+: Um Novo Capítulo na Política Internacional
A reunião do BRICS+ em Kazan, na Rússia, é um marco significativo para todos os participantes envolvidos. Para o Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, é a primeira vez que participam do encontro, o que explica a adição do símbolo + ao acrônimo original. O presidente Putin vê a reunião como uma oportunidade de demonstrar que não está politicamente isolado, apesar de suas conexões com o Tribunal Penal Internacional. Por outro lado, a China busca fortalecer sua liderança no cenário internacional em contraposição ao Ocidente democrático.
O Brasil, que assume a presidência temporária do bloco, enfrenta o desafio de posicionar-se diante das mudanças na ordem política mundial. Com recursos limitados para influenciar decisões globais, o Brasil tem defendido a reforma de organismos internacionais para torná-los mais inclusivos para países em desenvolvimento, visando reduzir as desigualdades globais.
No entanto, as dinâmicas dentro do BRICS mudaram ao longo dos anos, com a China emergindo como a potência dominante. O BRICS+ e a possível expansão do grupo refletem a crescente influência da China nesse cenário. A presença de países autocráticos na reunião levanta questões sobre a natureza do bloco e seu papel na configuração geopolítica global.
Apesar das diferenças políticas, o Brasil, juntamente com outras democracias como Índia e África do Sul, enfrenta o desafio de manter sua autonomia e defender os valores democráticos no contexto do BRICS+. A participação do Brasil no bloco requer uma abordagem diplomática criativa para equilibrar interesses divergentes e preservar seus princípios democráticos.
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