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Montadoras chinesas e europeias em tensão no Salão do Automóvel de Paris com ameaça de tarifas da UE

Montadoras chinesas e europeias se enfrentam no Salão do Automóvel de Paris

No dia 14 de outubro, as montadoras chinesas e europeias estiveram frente a frente no Salão do Automóvel de Paris, em um cenário de alta tensão devido às iminentes tarifas de importação que a União Europeia pretende impor sobre veículos elétricos fabricados na China. Essa situação ocorre em meio a um cenário de fraca demanda no setor automotivo.

O evento, considerado o maior salão automobilístico da Europa, coloca em evidência a necessidade dos fabricantes de automóveis europeus demonstrarem sua relevância no mercado, ao passo que os concorrentes chineses buscam se consolidar em um ambiente altamente competitivo.

Apesar das diferenças, houve uma convergência de opiniões entre os executivos das duas regiões em relação às tarifas da UE. Stella Li, vice-presidente da BYD, alertou que tais medidas afetariam diretamente os consumidores, tornando a compra de veículos mais difícil para camadas mais pobres da população. Já o presidente-executivo da Stellantis, Carlos Tavares, prevê que as montadoras chinesas podem decidir instalar fábricas na Europa, gerando um excesso de capacidade na região e provocando o fechamento de fábricas locais.

Nove marcas chinesas, incluindo BYD e Leapmotor, estão apresentando seus modelos mais recentes no evento, representando cerca de 20% das marcas presentes. Este ano, a indústria automobilística europeia se destacou com uma forte presença, mostrando-se determinada em defender seu mercado interno.

Diante das tarifas de importação aprovadas pela UE sobre veículos elétricos chineses, as montadoras da China estão avançando com seus planos de expansão na Europa, sem indicar um aumento nos preços para repassar os impostos aos consumidores. Até o momento, essas empresas têm mantido preços um pouco mais baixos que seus concorrentes europeus, o que lhes confere uma certa vantagem no mercado.

Enquanto as vendas de veículos na China apresentaram um aumento de 4,3% em setembro, as vendas na Europa alcançaram o nível mais baixo em três anos em agosto, evidenciando a disparidade nas dinâmicas dos mercados automobilísticos.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, revelou que está negociando com a China mecanismos que podem solucionar as questões relacionadas ao comércio bilateral, como compromissos de preços e investimentos na Europa. As negociações ainda estão em andamento antes de alcançar um acordo final.

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