Ministro das Relações Exteriores critica omissão de países em relação à situação de Gaza e elogia posição do Sul Global no Brics.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, fez um discurso contundente durante a cúpula do Brics, realizada em Kazan, na Rússia, nesta quinta-feira (24). Ampliada para incluir 36 países, a reunião foi palco das críticas de Vieira à omissão de algumas nações em relação à situação da Faixa de Gaza.

Em seu pronunciamento, o chanceler brasileiro enfatizou a postura dos países do Sul Global, que têm tentado mediar o conflito no Oriente Médio. Segundo Vieira, esses países foram fundamentais ao votarem a favor da resolução da Assembleia Geral da ONU que pede a cessação das hostilidades em Gaza.

Por outro lado, o ministro não poupou críticas à inação de nações que se consideram defensoras dos direitos humanos, mas que têm fechado os olhos para o que ele chamou de “maior atrocidade da história recente”. Vieira destacou a importância de um Estado palestino independente para garantir a paz na região, mas lamentou a resistência do governo israelense em aceitar essa solução.

Além do conflito em Gaza, Mauro Vieira também abordou a questão do embargo econômico dos Estados Unidos contra Cuba, que já perdura há mais de seis décadas. O chanceler brasileiro criticou as sanções unilaterais, considerando que violam o direito internacional e prejudicam as populações dos países atingidos, como é o caso de Cuba.

Por fim, Vieira falou sobre a guerra na Ucrânia e o papel do Brasil junto à China na criação do grupo Amigos da Paz, com o objetivo de buscar uma solução duradoura para o conflito. Ele ressaltou a importância de respeitar o direito internacional e o papel central das Nações Unidas no sistema internacional.

O discurso do ministro brasileiro na cúpula do Brics também trouxe à tona a necessidade de reforma das Nações Unidas, com a possibilidade de apresentar uma convocação para revisar a carta da ONU. Essas declarações de Mauro Vieira evidenciam a postura do Brasil em relação a questões globais e seu compromisso com a paz e a justiça internacional.

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