DestaqueUOL

Desembargador aposentado é alvo de operação que apreende R$3 milhões em esquema de venda de sentenças no TJ-MS.

Nesta quinta-feira, 24, a Polícia Federal realizou uma operação na casa do desembargador aposentado Julio Roberto Siqueira Cardoso, suspeito de participar de um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Durante a ação, foram apreendidos R$ 3 milhões em espécie, que estavam escondidos em uma mala.

O desembargador é investigado por possíveis “ilegalidades” em julgamentos que resultaram em pagamentos indevidos a uma advogada com quem tem ligações próximas. O jornal Estadão está tentando entrar em contato com Julio Cardoso para obter seu posicionamento sobre o ocorrido.

Além da residência de Cardoso, a PF vasculhou outros 44 endereços como parte da Operação Última Ratio, que levou ao afastamento de cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, incluindo o presidente Sergio Fernandes Martins. Durante as buscas, as autoridades encontraram um cofre e um arsenal de armas, incluindo espingardas e revólveres.

O ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça, ordenou a deflagração da operação e detalhou as suspeitas que recaem sobre os investigados, incluindo Julio Cardoso. Embora tenha sido solicitada a prisão do desembargador, o pedido foi negado e ele segue afastado de suas funções.

A quebra dos sigilos bancário e fiscal de Cardoso foi autorizada, permitindo que os investigadores analisem transações imobiliárias suspeitas realizadas pelo ex-desembargador. Há indícios de compras de imóveis em Campo Grande e na Bahia com recursos de origem não identificada.

Uma comunicação do Coaf também aponta um depósito em espécie de R$ 90 mil feito por uma ex-assessora do desembargador, aumentando as suspeitas sobre suas atividades financeiras.

COM A PALAVRA, O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO MS

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul divulgou que o ministro Francisco Falcão determinou medidas direcionadas a alguns desembargadores, magistrados e servidores da instituição, sem impacto nos serviços prestados à população. Os investigados terão direito à defesa e os fatos estão sob investigação, sem julgamento definitivo de culpa.

O Tribunal segue comprometido com a prestação jurisdicional e garantindo o devido processo legal aos envolvidos na operação da PF.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo