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Pai enlutado lamenta a perda da filha em trágico episódio de bala perdida: ‘Um pedaço da minha vida foi arrancado’.




Notícia: Jovem de 17 anos e menina de 5 morrem baleados na Ilha do Governador, Rio de Janeiro

Jovem de 17 anos e menina de 5 morrem baleados na Ilha do Governador, Rio de Janeiro

No último sábado, 12 de agosto, a região da Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro, viveu momentos de tensão e violência após um jovem de 17 anos e uma menina de apenas 5 anos serem vítimas de tiros fatais. O adolescente foi atingido durante uma abordagem policial, enquanto a menina foi atingida dentro de sua própria casa por uma bala perdida. A comunidade ficou revoltada com os acontecimentos e protestos violentos tomaram conta da Comunidade do Dendê.

De acordo com informações da polícia, o adolescente teria reagido à abordagem dos policiais militares e, supostamente armado, foi atingido pelo disparo de um agente que estava na garupa de uma moto. Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado para o Hospital Municipal Evandro Freire, mas infelizmente não resistiu aos ferimentos.

Moradores da comunidade, no entanto, contestam essa versão e alegam que o jovem não ofereceu resistência à abordagem. Como forma de protesto, a comunidade realizou uma manifestação na Comunidade do Dendê, onde a menina Eloáh Passos, de apenas 5 anos, residia com sua família. Durante o protesto, ônibus foram incendiados e o Batalhão de Rondas e Controle de Multidão (Recom) precisou intervir, juntamente com o Corpo de Bombeiros.

Ao que tudo indica, a família acredita que Eloáh foi vítima de uma bala perdida dentro de sua própria casa, durante a manifestação e a chegada das forças de segurança. Segundo relatos, a bala teria entrado pela janela do quarto e atingido o peito da criança. O avô de Eloáh, Fernando Santana, afirmou em entrevista à TV Globo que a polícia chegou na comunidade atirando para o alto e que não houve qualquer confronto. Para ele, a tragédia poderia ter sido evitada.

A Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que o caso foi comunicado ao comando do 17º Batalhão da PM, mas negou que houvesse operação na comunidade no momento dos fatos. A pasta também confirmou o afastamento do comandante da unidade para garantir uma investigação isenta e transparente sobre as ações ocorridas naquela manhã.

“É uma criança. Ontem foi aniversário da irmã dela. Estava feliz, brincando”, lamentou Roseli Passos, prima da vítima, em entrevista à ONG Voz das Comunidades. “Infelizmente, hoje de manhã ela acorda para brincar e, brincando, em cima da cama, leva um tiro de fuzil.”

Em meio à dor e revolta, o pai da criança, Gilgres Santos, afirmou que perder sua filha véspera do Dia dos Pais não alivia a sua tristeza. “Tiraram um pedaço da minha vida que foi minha filha”, declarou ele, após prestar depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital do Rio de Janeiro. Santos ressalta, no entanto, que precisa seguir em frente por suas outras duas filhas que ainda possui para criar.

A Polícia Civil, por sua vez, emitiu uma nota oficial informando que a Delegacia de Homicídios da Capital está investigando os casos das mortes da criança e do adolescente. Os agentes estão em busca de testemunhas e outras informações que possam ajudar a esclarecer a dinâmica dos fatos ocorridos nesse triste episódio.


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