O candidato do PSOL, Guilherme Boulos, intensificou o tom de suas críticas ao adversário Ricardo Nunes neste segundo turno das eleições em São Paulo. Em busca de uma virada nas pesquisas, Boulos tem enfatizado acusações de violência doméstica, denúncias de corrupção na gestão e uma suposta ligação de Nunes com o crime organizado. Por sua vez, o atual prefeito tem tentado associar Boulos ao extremismo devido ao seu histórico como líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
Boulos voltou a se referir indiretamente a Nunes como agressor de mulher em declarações recentes. Ele afirmou: “Eu bati o carro, mas nunca bati em mulher. Bater em mulher é coisa de covarde, de canalha, de vagabundo.” Essas declarações foram uma resposta a acusações feitas por Nunes durante um debate televisionado. O prefeito argumentou que Boulos teria batido o carro em 2017 e que a conta foi paga por seu pai. Boulos defendeu-se fazendo menção ao boletim de ocorrência registrado pela esposa de Nunes, que o acusou de ameaça.
Atrás nas pesquisas, Boulos tem adotado estratégias semelhantes às de Pablo Marçal para tentar reverter a situação em relação a Nunes. Reforçando repetidamente acusações contra o prefeito, assim como fez o influenciador, Boulos tem abordado o tema do boletim de ocorrência diversas vezes, tentando minar a imagem de Nunes perante o eleitorado.
A agressividade de Boulos contra Nunes também busca atrair eleitores que antes apoiavam Marçal. A campanha do PSOL acredita que parte dos votos recebidos pelo ex-coach não se baseiam necessariamente em afinidade ideológica, mas sim em um desejo de mudança na gestão da cidade, sendo atraídos pelo discurso enérgico e antissistema de Marçal.
Durante a campanha no primeiro turno, Boulos adotou um apelido utilizado por Marçal para se referir a Nunes, chamando-o de “bananinha”. Essa estratégia visava aproximar o candidato à reeleição do prefeito como forma de atração de votos.
Por fim, vale ressaltar que foi durante o programa Inteligência Ltda. que Pablo Marçal apresentou um laudo falso contra Boulos. As acusações de uso de drogas pelo psolista levaram a uma polêmica, com Marçal divulgando um prontuário falso de internação por consumo de cocaína de Boulos. O caso está sob investigação da Polícia Federal.
