E-commerce em São Paulo tem primeira queda em sete anos, aponta estudo

No ano de 2023, o faturamento do comércio eletrônico no estado de São Paulo apresentou uma queda de 1,6% em comparação ao ano anterior, totalizando R$ 67 bilhões, conforme apontou um estudo realizado pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).

De acordo com a pesquisa, a participação do comércio eletrônico em relação ao varejo físico também diminuiu, passando de 6,2% em 2022 para 5,9% em 2023.

Os dados utilizados no estudo foram obtidos a partir de relatórios de transações de notas fiscais do Observatório do Comércio Eletrônico Nacional, vinculado ao MDIC (Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Serviços e Comércio), e também informações do IBGE, além de dados coletados pela FecomercioSP.

Com São Paulo sendo o maior mercado consumidor do varejo online, responsável por aproximadamente um terço de todas as vendas a nível nacional, a redução do faturamento chama a atenção.

Segundo análises, a conjuntura econômica de 2023, com inadimplência e altas taxas de juros, aliada à desconfiança em relação ao e-commerce após a crise da Americanas, contribuíram para esse recuo. O assessor econômico da FecomercioSP, Guilherme Dietze, aponta que muitos consumidores optaram por retornar às compras no varejo físico diante dos riscos evidenciados no comércio eletrônico.

Dietze ressalta que o investimento em centros de distribuição por grandes competidores, como Mercado Livre e Amazon, tende a impulsionar as vendas do varejo físico, que atualmente representam 5,9% do total e têm potencial para crescimento.

O estudo demonstra que a maioria das vendas online em São Paulo são realizadas por empresas sediadas no Brasil, totalizando aproximadamente dois terços das transações. Os produtos mais vendidos no setor em 2023 foram smartphones, livros, geladeiras e computadores.

Previsão para a Black Friday e retomada do crescimento

O estudo da FecomercioSP foi divulgado às vésperas da Black Friday, uma das datas mais importantes para o setor, que acontecerá em 29 de novembro. Dietze acredita que, este ano, o consumo online deve se recuperar, impulsionado pelo aumento do emprego formal, renda, redução nas taxas de juros e maior acesso ao crédito.

Com a proximidade da Black Friday e o pagamento da primeira parcela do 13º salário, a expectativa é de crescimento tanto do comércio eletrônico quanto das vendas da data promocional.