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Falha na higienização de equipamentos cirúrgicos causa contaminação em mutirão de catarata em Parelhas, deixando 15 pacientes infectados.

No fim de setembro, um mutirão de cirurgias de catarata em Parelhas (RN) resultou na contaminação de 15 pacientes de um total de 48 devido a uma falha nos procedimentos de higienização e esterilização de equipamentos cirúrgicos. Destes pacientes infectados, nove precisaram ter o globo ocular removido devido à contaminação pela bactéria Enterobacter cloacae, normalmente encontrada no trato intestinal. Este episódio grave alerta o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) para a possibilidade de eventos semelhantes ocorrerem novamente no Brasil.

O CBO ressalta a importância de seguir critérios mínimos definidos por autoridades médicas e sanitárias, para garantir a eficácia e segurança dos procedimentos cirúrgicos. Outros mutirões de cirurgias de catarata, como os realizados em Rondônia e no Amapá, também resultaram em um número significativo de casos de infecção, evidenciando a necessidade de atenção e cuidado redobrados durante essas iniciativas.

Com o objetivo de reforçar a proteção dos pacientes e a qualidade do trabalho dos oftalmologistas, o CBO disponibilizou o Guia de Mutirões de Cirurgia Oftalmológica para gestores públicos e privados, profissionais de saúde e a população em geral. Este guia traz orientações desde a organização do mutirão até os cuidados pós-operatórios, embasados em protocolos clínicos e normas aprovadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O CBO destaca a importância de realizar atendimentos oftalmológicos em mutirões em estabelecimentos com histórico de prestação desse tipo de serviço na região, evitando estruturas temporárias ou unidades móveis. Além disso, o papel do médico durante os mutirões é crucial, desde a verificação das condições do local até a orientação dos pacientes sobre o procedimento a ser realizado.

Para reduzir os riscos de eventos adversos durante os mutirões oftalmológicos, o engajamento dos pacientes, familiares e acompanhantes é fundamental. O envolvimento ativo dos pacientes, seguindo as orientações dos profissionais de saúde e tomando os devidos cuidados pós-operatórios, contribui para a segurança e eficácia dos procedimentos cirúrgicos. Em caso de sintomas adversos após a cirurgia, é essencial comunicar imediatamente um profissional de saúde para avaliação adequada.

Diante dos desafios e alertas provocados por este episódio em Parelhas, a atenção e responsabilidade durante mutirões cirúrgicos oftalmológicos se mostram essenciais para garantir a saúde e bem-estar dos pacientes. O investimento em boas práticas, protocolos e orientações adequadas é fundamental para evitar que situações como essa se repitam, protegendo assim a integridade dos pacientes e a reputação dos profissionais de saúde envolvidos.

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