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Ataque de John Brown em Harpers Ferry: o legado de um abolicionista radical que desafiou a escravidão nos EUA

Insurreição servil: o arsenal em Harpers Ferry no poder de insurgentes; debandada generalizada de escravos; soldados dos Estados Unidos marcham até o local

Há 165 anos, em 18 de outubro de 1859, um dos acontecimentos históricos menos conhecidos, mas mais marcantes dos EUA, foi noticiado pelo jornal The New York Times. Um grupo de 22 abolicionistas radicais, liderado pelo religioso evangélico John Brown, atacou um arsenal do Exército em Harpers Ferry, com o objetivo de armar os negros escravizados do sul e recriar a Revolução Haitiana em solo americano.

A violência causada pelo ataque chocou o país, energizou os debates sobre a escravidão e demonstrou o conflito iminente entre os estados do sul e do norte. John Brown, descrito como messiânico e heroico por uns, e terrorista por outros, era um homem branco que acreditava que somente a violência poderia acabar com a escravidão nos EUA.

Os ideais de Brown o levaram a ações violentas contra escravagistas, inclusive um massacre no Kansas. O ataque em Harpers Ferry, entretanto, não conseguiu instigar a revolta esperada. Embora alguns escravizados tenham fugido para se unir a Brown, as tropas federais rapidamente controlaram a situação, resultando em mortes de ambos os lados.

O julgamento e execução de John Brown provocaram divisões na sociedade americana, culminando na Guerra Civil. Seu legado continua a ser debatido, com alguns o considerando um mártir e outros um terrorista. Sua coragem em desafiar as normas raciais e sua defesa da libertação dos escravizados são aspectos que permanecem marcantes na história dos EUA.

A Guerra Civil americana, que se seguiu à tentativa de insurreição em Harpers Ferry, foi um marco na luta pelos direitos civis e pela abolição da escravidão. Brown não viveu para ver o seu objetivo de vida realizado, mas sua determinação em acabar com a injustiça continua a inspirar gerações.

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