
Recentemente, trabalhadores migrantes revelaram uma série de violações de direitos humanos sofridas por eles na Arábia Saudita. De acordo com relatos, os agentes de recrutamento mentiram sobre a natureza dos cargos, muitas vezes com a conivência das empresas fornecedoras de mão de obra, ou fizeram os migrantes acreditarem que seriam contratados diretamente por empresas internacionais.
Muitos desses trabalhadores só descobriram que seriam contratados por empresas sauditas de fornecimento de mão de obra após pagarem taxas de recrutamento, o que os impossibilitava de desistir do emprego, uma vez que não havia possibilidade de reembolso.
Na Arábia Saudita, os trabalhadores enfrentaram condições extremamente difíceis e salários baixos. Segundo relatos, eles precisavam caminhar mais de 20 km por dia e chegar a trabalhar 60 horas semanais, algumas vezes até 16 horas por dia. As condições se agravavam durante períodos de movimento intenso, como a semana do salário e o mês do Ramadã.
Além disso, os trabalhadores relataram que os administradores dos supermercados frequentemente cancelavam seus dias de descanso semanal, e as acomodações oferecidas pelos prestadores de serviços eram sujas e superlotadas, chegando a abrigar seis ou oito pessoas no mesmo quarto.
Aqueles que tentaram protestar sofreram retaliações das empresas fornecedoras de mão de obra ou dos executivos do Carrefour, desencorajando outros trabalhadores de se manifestarem. A Anistia Internacional concluiu que o Carrefour e seu representante na Arábia Saudita se beneficiaram de violações dos direitos humanos ao terceirizar o trabalho migrante sem controles adequados e sem garantir que os subcontratantes respeitassem os direitos humanos.