As águas-vivas-pente: criaturas estranhas e surpreendentes
No mundo marinho, as águas-vivas-pente são consideradas algumas das criaturas mais estranhas e fascinantes. Segundo o neurocientista Leonid Moroz, do Laboratório Whitney para Biosciência Marinha, localizado em St. Augustine, Flórida, esses animais são verdadeiros “alienígenas do mar”. Pertencendo a um dos ramos mais antigos da árvore genealógica animal, as águas-vivas-pente se separaram dos ancestrais de todos os outros animais há cerca de 700 milhões de anos, seguindo um caminho evolutivo único.
Um estudo recente revelou que essas criaturas ainda guardam segredos surpreendentes. Pesquisadores descobriram que pares de águas-vivas-pente não relacionadas podem se fundir espontaneamente em um único corpo, levantando questões sobre a evolução da biologia desses animais e fornecendo pistas sobre o sistema imunológico humano.
O biólogo Kei Jokura, que estuda as águas-vivas-pente, também conhecidas como ctenóforos, fez uma descoberta inesperada enquanto estudava esses animais no Laboratório Biológico Marinho em Woods Hole, Massachusetts. Ele observou que duas águas-vivas-pente não relacionadas podem se unir e se comportar como um único organismo, revelando uma capacidade única de fusão.
Essa capacidade de fusão é ainda mais impressionante considerando a habilidade das águas-vivas-pente de se recuperarem rapidamente de ferimentos. Quando cortadas ao meio, essas criaturas se curam em poucas horas e regeneram as partes ausentes em questão de dias. Essa capacidade intrínseca de regeneração pode explicar a fusão entre os animais observada por Jokura e sua equipe.
O estudo de Jokura também levanta questões sobre o sistema imunológico desses animais, que aparentemente não reconhecem a diferença entre seus próprios tecidos e os de outras águas-vivas-pente. Essa falta de alo-reconhecimento pode indicar um processo evolutivo único nas águas-vivas-pente, datando de sua separação dos outros ramos animais há milhões de anos.
Para desvendar mais mistérios sobre essas criaturas surpreendentes, será necessário explorar as 185 espécies de águas-vivas-pente que habitam ecossistemas marinhos ao redor do mundo. O estudo desses animais promete revelar mais informações fascinantes sobre a evolução e a biologia das águas-vivas-pente.
