Brasil e Colômbia lançam programa bilateral de proteção a territórios afrodescendentes na COP-16 em Cali, visando conservação e sustentabilidade.
Paula Balduíno, diretora de Políticas para Quilombolas e Ciganos do Ministério da Igualdade Racial, anunciou a proposta comum entre os dois países durante uma sessão da Organização dos Estados Americanos (OEA) na semana passada. A OEA aprovou por aclamação uma resolução em apoio ao reconhecimento, justiça e desenvolvimento sustentável para as comunidades quilombolas do continente.
A COP da biodiversidade é resultado de um tratado da Organização das Nações Unidas estabelecido durante a ECO-92, no Rio de Janeiro. Esse tratado é considerado um dos mais importantes instrumentos internacionais relacionados ao meio ambiente. Desde então, as metas vêm sendo atualizadas regularmente entre os países da ONU, com o objetivo de deter e reverter a perda de biodiversidade e garantir a distribuição justa dos benefícios do uso de recursos genéticos.
O programa, denominado Quilombo das Américas, pretende fortalecer a identidade, a memória e a luta das comunidades afrodescendentes. Além disso, o Brasil e a Colômbia buscaram criar um espaço de articulação e cooperação entre essas comunidades, promovendo o reconhecimento de seus direitos, a preservação de suas culturas e a justiça social e racial.
O lançamento oficial deste programa está previsto para ocorrer nesta segunda-feira, em Cali, e contará com a presença da ministra da Igualdade Racial do Brasil, Anielle Franco, e da vice-presidente colombiana Francia Marquez. A expectativa é de que essa iniciativa bilateral traga benefícios significativos para as comunidades afrodescendentes dos dois países, promovendo o desenvolvimento sustentável e a preservação da diversidade cultural e ambiental.
