Produção de cocaína na Colômbia atinge recorde de 2.600 toneladas em 2023, segundo relatório da ONU

Produção de Cocaína na Colômbia Atinge Níveis Alarmantes em 2023

O relatório divulgado pelas Nações Unidas nesta sexta-feira (18) revelou um aumento preocupante de 53% na produção de cocaína na Colômbia, atingindo o recorde de 2.600 toneladas. O Escritório contra a Droga e o Crime (UNODC) também registrou um aumento de 10% nas plantações de folha de coca, chegando a 253.000 hectares em 2023, os maiores números já documentados desde o início do monitoramento pela ONU em 2001.

Segundo Candice Welsch, diretora regional da UNODC, a concentração das plantações de coca nas áreas de maior produtividade tem contribuído para a escalada da produção de cocaína. Um hectare de coca hoje é capaz de produzir o dobro da quantidade de droga em comparação com dois anos atrás.

A Colômbia, maior produtor de cocaína do mundo, vinha registrando aumento na produção desde 2014, mesmo com esforços de combate ao narcotráfico e apoio financeiro dos Estados Unidos, principal consumidor da droga.

Mesmo após a assinatura do acordo de paz com as Farc em 2016, a produção de cocaína continuou em alta, alimentando grupos armados e perpetuando o conflito interno no país. O presidente Gustavo Petro considera a abordagem de guerra às drogas um fracasso e propõe medidas mais focadas na prevenção do consumo em países desenvolvidos.

Territórios em Destaque

Em 2023, os departamentos de Cauca e Nariño apresentaram os maiores aumentos nos cultivos de coca, sendo redutos de dissidentes das Farc que controlam a produção e distribuição do entorpecente nessas regiões.

O relatório da ONU destaca a complexidade do panorama criminoso na Colômbia, com grupos armados financiados pelo narcotráfico, mineração ilegal e extorsão. Mesmo após o desarmamento das Farc, outras organizações criminosas continuam lucrando com as drogas, tornando a situação cada vez mais fragmentada e desafiadora.

A América do Norte, Europa Ocidental e América do Sul são os principais mercados consumidores da cocaína produzida na Colômbia, o que reforça a gravidade do problema e a necessidade de ações mais eficazes para enfrentar o tráfico de drogas.

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