Ex-executivos da Lojas Americanas são acusados de insider trading pela CVM após escândalo contábil de R$25 bilhões.

A CVM acusa oito ex-executivos da Lojas Americanas de insider trading

No desdobramento de uma investigação realizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o órgão regulador do mercado de capitais anunciou na noite desta sexta-feira (18) a acusação de oito ex-executivos da Lojas Americanas por insider trading, prática ilegal que envolve o uso indevido de informações privilegiadas. A polêmica teve início após a divulgação de “inconsistências contábeis” pela rede varejista no dia 11 de janeiro de 2023.

Entre os acusados, destacam-se o ex-CEO Miguel Gutierrez e os ex-diretores Anna Saicali, Marcio Cruz e José Timotheo de Barros, todos ocupantes de cargos estatutários na empresa. A CVM afirmou ter reunido elementos robustos que sustentam as acusações de insider trading contra esses executivos.

De acordo com a autarquia, os acusados teriam violado tanto a legislação vigente quanto as normas da CVM que proíbem a negociação de valores mobiliários com base em informações ainda não divulgadas publicamente, buscando obter vantagens indevidas no mercado financeiro.

Os executivos em questão terão a oportunidade de apresentar suas defesas no processo. O advogado de José Timotheo, Antônio Sérgio Pitombo, afirmou que buscarão provar a inocência com dados objetivos, enquanto as defesas dos demais acusados não se manifestaram até o momento.

Além dos ex-executivos de alto escalão, outros profissionais da empresa também foram denunciados por suposto envolvimento no caso de insider trading, incluindo diretores-executivos não estatutários e um superintendente de contabilidade. As investigações da CVM são parte de um escândalo contábil que resultou em um prejuízo bilionário para a companhia e em sua subsequente recuperação judicial no ano de 2023.

Paralelamente, a Polícia Federal e o Ministério Público também estão investigando o caso, que envolve crimes como manipulação de mercado, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A PF obteve provas substanciais a partir de delações premiadas, documentos entregues pelos envolvidos e quebra de sigilo, incluindo comunicações e planilhas internas da empresa.

Este é um desdobramento de um cenário complexo e delicado no âmbito das finanças e do mercado de capitais no Brasil. O desfecho das acusações dependerá do devido processo legal e da apuração rigorosa dos fatos pelas autoridades competentes.

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