Lutadora maringaense de jiu-jitsu, Danny Arouca, é premiada no Top 3 do ranking mundial da modalidade Master aos 46 anos

A renomada lutadora maringaense de jiu-jitsu, Danny Arouca, foi recentemente reconhecida pela Federação Internacional de Jiu-Jitsu Brasileiro (IBJJF) por sua excelente performance no cenário mundial da modalidade na categoria Master. A premiação foi concedida durante o Campeonato Mundial 2024, em Las Vegas (EUA), que marca o início da temporada 2024-2025 do circuito internacional de jiu-jitsu.

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A entrega do certificado foi realizada pelo presidente da IBJJF, Carlinhos Gracie, e destacou a temporada 2023-2024 repleta de conquistas para Danny Arouca, que foi sua primeira como faixa preta. Após conquistar o título no Mundial de 2023, a lutadora participou de mais 13 campeonatos, garantindo mais dois títulos ao longo do período.

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Além do título mundial, o terceiro de sua carreira, Danny também conquistou o Campeonato Pan-Americano pela segunda vez e o Campeonato Brasileiro, um dos mais prestigiados do mundo, pela décima vez.

Destaque no ranking mundial

O excelente desempenho de Danny rendeu-lhe uma posição de destaque no ranking mundial, que a colocou entre as três melhores atletas do mundo na categoria feminina Master 3, voltada para competidoras de 41 a 46 anos. Vale ressaltar que essa categoria leva em consideração apenas a faixa etária, abrangendo todas as categorias de peso.

Pela primeira vez na história, o pódio do Ranking Awards na categoria Master 3 feminina foi composto exclusivamente por brasileiras. Junto com Danny Arouca (3ª colocada), estiveram Patrícia Pacheco (1ª colocada) e Danuza Blanco (2ª colocada), atletas de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente.

“Eu fui líder do ranking mundial em todas as faixas: branca, azul, roxa e marrom. Mas, essa homenagem é só na faixa preta. E é a minha primeira temporada de faixa preta. Geralmente, carrega a pontuação durante três temporadas [para alcançar o Top 3 do ranking mundial]. Então, assim, era praticamente impossível eu conseguir o Top 3, porque era a minha primeira temporada. Mas, graças a Deus, eu consegui a minha pontuação, eu consegui passar a terceira colocada, que era uma americana, que já tem um bom tempo de faixa preta”, compartilhou Danny.

Os atletas que integram o ranking mundial de jiu-jitsu são avaliados com base em seu desempenho em todas as competições da temporada, sendo que alguns torneios possuem maior peso em relação a outros, como o Campeonato Brasileiro e o Mundial.

Reconhecimento global e desafios

Apesar do reconhecimento internacional, a visibilidade do jiu-jitsu no Brasil ainda carece de destaque, segundo a própria Danny. O esporte, que não é olímpico, acaba sofrendo com a falta de apoio e patrocínio, dificultando a participação de atletas brasileiros em competições internacionais.

“Falta [visibilidade] porque o jiu-jitsu não é olímpico, então isso acaba atrapalhando um pouco. Para você conseguir uma bolsa-atleta também é um pouco mais complicado. Maringá ainda tem bolsa-atleta para jiu-jitsu, mas não tem para a categoria Master, que tem muitos atletas e muitos resultados. Na categoria nacional, por exemplo, [para ganhar] uma bolsa-atleta com valor de bolsa nacional aqui em Maringá, você tem que ter sido pódio de um campeonato brasileiro na temporada anterior. Então você não tem um incentivo para conseguir chegar, você já tem que estar lá para poder conseguir. Lá fora o jiu-jitsu tem muito mais prestígio do que aqui [no Brasil], é diferente a valorização do pessoal, até patrocínio lá é muito mais acessível do que aqui, tanto que os maiores [atletas] estão lá fora, já foram embora”, explicou.

Novos rumos para Danny

Aos 46 anos, Danny Arouca, que pratica jiu-jitsu desde 2013, planeja uma pausa em sua carreira competitiva para se dedicar a outros projetos. Além de ser policial militar há 18 anos, a lutadora também se envolve em iniciativas de defesa pessoal e prevenção para mulheres, compartilhando sua experiência e conhecimento.

Diante desse cenário, Danny optou por parar de competir em alto nível, participando esporadicamente de torneios. Sua ausência no Mundial 2024 se deu pela preparação para sua campanha eleitoral, além dos demais compromissos que demandam sua atenção e energia.

“Eu fechei a temporada e, como eu ia começar a minha campanha [eleitoral], eu decidi não iniciar novamente. Na verdade, eu já tava pensando em parar de competir a alto nível. Participar de competições esporádicas, mas não me dedicar 100% como atleta como eu tava me dedicando, por causa de outros projetos. Tinha a questão da campanha, minha escala na polícia, mas também os meus projetos com mulheres, que eu tenho já há sete anos e ele cresceu bastante nos últimos tempos. Então eu quero me dedicar mais a isso agora”, revelou a lutadora.

A defesa pessoal se tornou uma pauta de extrema importância na vida de Danny, que após uma tentativa de assalto em 2017, decidiu compartilhar seus conhecimentos para empoderar outras mulheres. Seus projetos e palestras sobre defesa pessoal visam prevenir situações de risco e capacitar as mulheres a se protegerem em casos de necessidade.

Principais conquistas de Danny

  • 10x campeã do Campeonato Brasileiro
  • 5x campeã do Campeonato Sul-Americano
  • 2x campeã do Campeonato Pan-Americano
  • 2x campeã do Campeonato Europeu
  • 3x campeã do Campeonato Mundial

Fonte: GMC Online, portal parceiro do TNOnline.

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