DestaqueUOL

Trump e o ressurgimento do movimento antivacina: relatório da Abin revela impacto global e monitoramento no Brasil

Abin aponta Donald Trump como impulsionador do movimento antivacina, segundo relatório

Em um relatório publicado em 2017, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) revelou que Donald Trump, na época presidente dos Estados Unidos e atual candidato à presidência novamente, foi um dos responsáveis por reanimar o movimento antivacina em âmbito mundial.

O documento da Abin destacou que, apesar de haver relatos na imprensa sobre resistência à imunização no Brasil, a articulação de grupos antivacina no país era considerada restrita a poucos indivíduos, sem o apoio ostensivo de organizações ou figuras públicas de destaque.

O relatório foi elaborado antes da pandemia da Covid-19, período em que o então presidente Jair Bolsonaro se tornaria um propagador de desinformação sobre a vacinação, inspirado em Trump. Bolsonaro adotou a hidroxicloroquina como uma suposta solução contra o coronavírus, mesmo sem evidências científicas de sua eficácia.

A Abin também apontou que Trump, desde 2014, utilizava dados falsos para associar a vacinação infantil ao autismo, impulsionando o crescimento do movimento antivacina no mundo. Outras personalidades políticas e artísticas nos Estados Unidos contribuíram para a popularização desse movimento.

“Kamala x Trump”

De Washington, a correspondente da Folha informa o que importa sobre a eleição dos EUA.

O relatório da Abin, intitulado “As Origens do Movimento Antivacinal no Mundo e o Panorama Preliminar do Movimento Antivacinal no Brasil”, foi classificado como reservado e mantido em sigilo por cinco anos. A agência recomendou medidas para reforçar a obrigatoriedade da vacinação no Brasil e conter o avanço do movimento antivacina no país.

Além disso, o documento destacou a preocupação com a disseminação de informações falsas em redes sociais, que poderiam comprometer os esforços de erradicação de doenças como o sarampo, mesmo em locais com alta cobertura vacinal, como o Brasil.

A Abin alertou que embora o movimento antivacina no Brasil não fosse organizado, ele envolvia milhares de perfis nas redes sociais que defendiam a não vacinação. O relatório foi elaborado durante o governo de Michel Temer e encaminhado a diversos órgãos governamentais.

A gestão de Trump durante a pandemia da Covid-19 também foi criticada pela Abin, que apontou sua postura de minimizar a gravidade do surto e suas medidas limitadas para enfrentá-lo. A base de apoiadores de Trump chegou a vaiá-lo após confirmar ter tomado uma dose de reforço da vacina.

Ao final do relatório, a Abin destacou que o Brasil conseguiu reverter a queda na vacinação infantil em 2023, saindo da lista dos 20 países com mais crianças não imunizadas no mundo, um avanço significativo na área da saúde pública.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo