Manifestantes impedem entrada de novos gestores no Hospital Federal de Bonsucesso pelo quarto dia consecutivo no Rio de Janeiro.

Os manifestantes se opõem firmemente à transferência da gestão do HFB para o GHC, alegando que tal medida representa um processo de privatização das unidades hospitalares federais do Rio de Janeiro. Além disso, os servidores questionam a contratação de funcionários temporários e denunciam o que chamam de “fatiamento” na decisão de repassar a administração para novas entidades.
A dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência no Estado do Rio de Janeiro, Christiane Gerardo, enfatizou a persistência dos servidores em manter o bloqueio na entrada do hospital até a realização de uma audiência de conciliação marcada para a próxima segunda-feira. Gerardo ressaltou a importância de apresentar todas as suspeitas de ilegalidades e atos lesivos à administração pública durante a audiência.
Por outro lado, o secretário adjunto de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Nilton Pereira Júnior, minimizou a manifestação, afirmando que se trata de um pequeno grupo de servidores e que a maioria apoia a entrada dos novos gestores para possibilitar a reabertura de leitos e a retomada dos serviços essenciais.
É importante destacar que o HFB enfrenta problemas estruturais há anos, com falta de funcionários, infraestrutura precária e fechamento de leitos devido à falta de equipamentos e pessoal. O incêndio ocorrido em outubro de 2020 foi atribuído ao mau funcionamento da rede elétrica, evidenciando a urgência de intervenções no hospital.
O Ministério da Saúde defende a escolha do GHC para assumir a gestão do HFB, ressaltando a atuação nacional da empresa e sua vinculação ao governo federal. O GHC se comprometeu a realizar uma contratação temporária de profissionais de saúde, visando a reestruturação do hospital e a posterior contratação efetiva de acordo com as necessidades identificadas.
Em meio a esse cenário de incertezas e conflitos, o desafio do Ministério da Saúde é garantir uma transição programada e harmoniosa para assegurar a qualidade do atendimento aos pacientes do HFB. A expectativa é de que, com o diálogo entre as partes envolvidas, seja possível encontrar soluções para os impasses e promover melhorias significativas na saúde pública do Rio de Janeiro.