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A morte de Sinwar e as repercussões internacionais
A morte de Sinwar também está na capa do jornal Le Figaro, que aborda, em editorial, “uma vitória militar israelense”. O diário afirma que após um ano e dez dias de guerra, Netanyahu obtém finalmente sua revanche. Para o jornal, a eliminação de Sinwar é uma prova de que o premiê israelense “tinha razão de manter suas tropas em Gaza, apesar da pressão internacional, da oposição política, das famílias dos reféns e mesmo de uma parte de suas forças”.
No entanto, para o editorialista, a vingança ocorre junto a um longo suplício da população civil do enclave palestino e não resolve o problema por completo. A batalha não pode ser considerada vencida se Israel não conceber um plano para o pós-guerra, considerando uma solução política para a Faixa de Gaza. “Cabe a Netanyahu mostrar que não é somente um mestre da guerra, mas um homem de Estado”, afirma Le Figaro.
O jornal Le Parisien se concentra na operação do exército israelense que resultou na eliminação de Sinwar no sul do território, que não visava inicialmente encontrá-lo. Foi uma perseguição perto de um campo de refugiados nos arredores de Rafah que conduziu soldados de Israel a um imóvel onde se escondia o líder do Hamas. Após centenas de tiros que levaram parte do prédio a desmoronar, o corpo de Sinwar foi encontrado sem vida nos escombros.
Apesar das comemorações em Tel Aviv, Le Parisien expressa seu ceticismo sobre o efeito que terá a morte do ‘cérebro’ dos ataques de 7 de outubro de 2023. Segundo o jornal, a eliminação é um marco simbólico e estratégico, mas “ele embaralha mais uma vez as cartas, em um conflito que não para de incendiar o Oriente Médio”.