Força Aérea Brasileira planeja criar estatal Alada para aumentar lançamentos de foguetes em Alcântara, diz estudo militar. SpaceX e Blue Origin citadas.

A Força Aérea Brasileira está planejando utilizar a Alada, uma empresa pública aeroespacial que será criada por projeto de lei, para explorar a base aeroespacial de Alcântara, no Maranhão, com o objetivo de aumentar a quantidade de lançamentos de foguetes.

Um estudo de mercado realizado em um grupo de trabalho do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) identificou empresas do setor aeroespacial como possíveis interessadas em Alcântara.

Um dos principais destaques do estudo militar é a SpaceX, de Elon Musk, e a empresa Blue Origin, de Jeff Bezos. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S.Paulo e confirmadas pela Folha.

“A SpaceX domina a reutilização e executa os lançamentos da Starlink em custo marginal, com a recuperação e reutilização do Falcon 9 se tornando um novo padrão, o primeiro lançador totalmente reutilizável, abrindo o caminho para lançamento a custo marginal”, cita um trecho do documento.

A FAB afirmou, em nota, que a nova estatal deverá “flexibilizar a interação estatal com as instituições interessadas em se valer da grande vantagem competitiva do Brasil, decorrente de um dos centros de lançamento mais bem localizados do mundo, o Centro de Lançamento de Alcântara”.

A Força não comentou sobre o interesse específico na SpaceX. Procurado, o GSI não se manifestou.

O ministro do GSI, Marcos Antonio Amaro, afirmou não reconhecer que a criação da estatal seria para negociar com a SpaceX, ressaltando a importância da nova agência para o setor aeroespacial brasileiro.

As Forças Armadas pleiteavam a criação da estatal desde o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), visando concentrar as atividades aeroespaciais. Após um acordo em setembro com as comunidades quilombolas de Alcântara, a criação da Alada, nova empresa pública aeroespacial, foi enviada ao Congresso.

A localização estratégica da base aeroespacial de Alcântara, com benefícios como a proximidade com a linha do Equador e condições climáticas favoráveis, tem despertado o interesse de grandes empresas do setor, possibilitando a competitividade no lançamento de foguetes no Brasil.

Desde 2019, o Brasil conta com um acordo de salvaguardas tecnológicas com os Estados Unidos, permitindo o uso comercial da base em Alcântara para o lançamento de satélites, mísseis e foguetes, após mais de 20 anos de negociações entre os dois países.

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