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Falha na higienização de equipamentos cirúrgicos causa contaminação em mutirão de catarata em Parelhas, no Rio Grande do Norte.

Uma falha nos procedimentos de higienização e esterilização de equipamentos cirúrgicos resultou na contaminação de 15 pessoas após um mutirão de procedimentos cirúrgicos de catarata na cidade de Parelhas, no Rio Grande do Norte. A revelação foi feita pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) nesta sexta-feira (18).

De acordo com o órgão, nove das 15 pessoas infectadas precisaram passar pela retirada do globo ocular devido à ação da bactéria Enterobacter cloacae, comumente encontrada no trato intestinal. O mutirão ocorreu nos dias 27 e 28 de setembro na maternidade Doutor Graciliano Lordão, contando com a participação de 48 pessoas, sendo que 20 pacientes foram atendidos no primeiro dia, dos quais 15 apresentaram infecção ocular.

A promotora de Justiça substituta de Parelhas, Ana Jovina de Oliveira Ferreira, afirmou durante entrevista coletiva que a falha na higienização e esterilização do ambiente foi evidente. Atualmente, o MP conduz uma investigação para identificar o aparelho ou aparelhos infectados, bem como determinar as possíveis causas da contaminação.

Além disso, a Coordenadora do Centro de Apoio às Promotorias de Justiça de Saúde (Caop-Saúde), Rosane Moreno, informou que o MP recebeu o termo de inspeção da maternidade da vigilância sanitária, que será analisado junto com o laudo técnico do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).

As investigações, que estão em fase inicial, visam não apenas identificar as causas da infecção, mas também determinar a extensão da responsabilidade da prefeitura no incidente e promover a indenização das vítimas. A promotora Ana Jovina ressaltou que a coleta de depoimentos dos envolvidos pela Promotoria de Justiça será iniciada na próxima semana, com foco nas pessoas afetadas.

A Prefeitura de Parelhas, por sua vez, abriu um Inquérito Civil para apurar as causas das infecções e responsabilidades, enquanto a Secretaria Estadual de Saúde Pública do Rio Grande do Norte também investiga o caso. A situação gerou preocupação e questionamentos sobre a realização do mutirão apenas 10 dias antes das eleições, levando o MP a averiguar possíveis interesses eleitoreiros por trás do procedimento cirúrgico. Este é um caso que demanda respostas efetivas e a busca pela responsabilização dos envolvidos.

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