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Dólar abre em estabilidade e mercado reage a medidas divulgadas pela China
No início desta sexta-feira (18), o dólar abriu próximo da estabilidade, seguindo a tendência observada no fechamento da sessão anterior. A divisa norte-americana manteve-se firme ao término de uma semana marcada por dados sólidos dos Estados Unidos e um aumento do pessimismo em relação à economia da China, que viu seu PIB desacelerar no terceiro trimestre.
Por volta das 9h08, o dólar registrava uma variação negativa de 0,04%, sendo cotado a R$ 5,6579. No dia anterior, o dólar encerrou próximo da estabilidade, com uma leve queda de 0,07%, cotado a R$ 5,659, enquanto a Bolsa apresentou uma queda de 0,72%, atingindo os 130.793 pontos.
O dia foi marcado pela reação dos investidores às novas medidas divulgadas pela China e pela crescente preocupação com o risco fiscal no Brasil, em meio às discussões sobre cortes de gastos.
Reação ao cenário internacional
O mercado brasileiro, juntamente com outros países emergentes, tem sido impactado pela performance de commodities sensíveis às políticas econômicas chinesas. Na quinta-feira, o governo chinês anunciou um aumento nos empréstimos bancários para o setor imobiliário, cuja crise tem contribuído para a desaceleração da segunda maior economia global.
O montante anunciado foi de 4 trilhões de iuanes (equivalente a US$ 562 bilhões) até o final do ano, acompanhado pela expansão da lista de projetos habitacionais elegíveis para financiamento. No entanto, a medida não foi suficiente para tranquilizar os investidores, que demonstraram frustração diante da falta de novidades concretas.
Essa decepção refletiu nos preços das matérias-primas, em especial o minério de ferro, que despencou 6% na Bolsa de Dalian. A expectativa do mercado era por ações mais contundentes para impulsionar a economia chinesa e estimular o consumo de commodities.
Impacto no mercado nacional
Internamente, outro fator que afetou a Bolsa foi a cautela dos investidores em relação às contas públicas e ao risco fiscal brasileiro. A anunciada intenção de corte de gastos pelo governo gerou especulações e incertezas quanto ao impacto dessas medidas na economia.
O ajuste nas despesas tem sido uma pauta defendida pelo mercado há algum tempo, e as propostas apresentadas pelo governo visam garantir a sustentabilidade fiscal e estimular o crescimento econômico. A falta de detalhes sobre os cortes e reformas em discussão tem gerado dúvidas entre os investidores, com reflexos nos mercados financeiros.
No cenário internacional, os dados macroeconômicos dos Estados Unidos têm influenciado as expectativas em relação aos juros do Federal Reserve. Indicadores como as vendas no varejo e os pedidos iniciais de auxílio-desemprego apresentaram resultados positivos, reforçando a perspectiva de um corte nas taxas de juros na próxima reunião do FED.
Os investidores estão atentos à evolução desses cenários e às medidas adotadas pelos principais bancos centrais do mundo. A volatilidade nos mercados internacionais e as incertezas locais têm sido os principais fatores que têm influenciado as decisões dos investidores.
Com Reuters