O candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, mostrou confiança em uma possível virada nas intenções de voto a apenas 48 horas do segundo turno das eleições. Durante o evento “debate com o povo” realizado nesta sexta-feira, ele declarou: “Eu tenho muita confiança que as últimas 48 horas, que é o que decide eleição sempre, vão criar uma virada de jogo. É uma surpresa que eles não vão saber de onde veio.”
Em meio a um calor intenso, o evento aconteceu às dez horas da manhã, mesmo horário em que estava previsto o debate no SBT, não confirmado pelo atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). Essa foi a terceira recusa de participação do emedebista. Boulos debatia com dez cidadãos apoiadores, que se inscreveram pouco antes do início, em frente ao Theatro Municipal no centro da cidade.
Benedito Mariano, sociólogo e ex-secretário da gestão de Fernando Haddad, também participou do debate, auxiliando Boulos na elaboração do programa de governo. Uma cadeira vazia com o nome de Ricardo Nunes foi colocada em um terceiro púlpito, mas o atual prefeito não compareceu.
Durante o debate, Boulos mencionou um boletim de ocorrência registrado pela esposa de Nunes no passado, o que gerou uma sirene indicando um direito de resposta, não exercido pelo prefeito. O candidato do PSOL afirmou que “Quem não vem ao debate não tem direito de resposta.”
O evento, organizado de forma improvisada de um dia para o outro, não tinha regras rígidas. Cada cidadão podia fazer uma pergunta, prontamente respondida por Boulos, que apresentava suas propostas de forma livre. Alguns discursos pareciam as tradicionais “dobradinhas” de debates políticos.
Entre os temas abordados, o estudante Júlio Henrique questionou Boulos sobre gentrificação e a expulsão de moradores de baixa renda das zonas centrais da cidade. O candidato prometeu combater a especulação imobiliária. Já Catarina reclamou das filas no sistema de saúde, e Boulos se comprometeu a zerar a fila do SUS na cidade.
Outros temas como a retirada de árvores para a construção de um túnel, projetos de ecoturismo, transporte público e zeladoria também foram discutidos. Boulos aproveitou para criticar a gestão atual em diversos aspectos da prefeitura.
